Sem categoria

Trabalhadores dos correios denunciam atraso de cartas

Correspondências postadas em agências dos Correios de Norte a Sul do país têm chegado ao destino com até 15 dias de atraso, segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios).

Em Colombo e São José dos Pinhais (PR), o atraso varia de 10 a 15 dias, segundo empregados locais. Na região de Campinas (SP), o atraso afeta a entrega de 1 milhão de correspondências por mês e ocorre desde o início do ano.

Cartas que deveriam chegar em até 3 dias levam de 10 a 12 em Campinas, Indaiatuba, Paulínia, Sumaré e Hortolândia (todas no estado de São Paulo). O problema se estende a dezenas de cidades, segundo o sindicato dos trabalhadores na região. Na Grande São Paulo, cartas que deveriam ser entregues em 24 horas ou 48 horas estão levando até três dias a mais para chegar.

A falta de profissionais e o maior volume de encomendas entregues por Sedex (serviço de encomenda para envio de documentos e mercadorias) são apontados por representantes dos empregados como os principais motivos pelo atraso.

Nos últimos dois anos, 4,7 milhões a mais de brasileiros passaram a comprar pela internet, segundo o instituto Data Popular, especializado em baixa renda. Em 2008, 13,2 milhões afirmaram ter feito compras pela rede. No último trimestre de 2010, esse número foi de 17,9 milhões –ou seja, aumento de 35,6%.

Prioridade

"Como faltam profissionais, a prioridade é fazer as entregas de Sedex, principalmente o Sedex 10. Mas mesmo esse tipo de encomenda, com entrega garantida até as 10h [da manhã do dia útil seguinte ao da postagem], tem atrasado de duas a quatro horas", afirma Nilson Rodrigues dos Santos, diretor da federação dos empregados.

Sindicatos dizem que as jornadas têm chegado a 12 horas por dia para que não haja tanto atraso.

Hoje, os Correios empregam mais de 107 mil pessoas, sendo 55 mil carteiros. A federação dos trabalhadores crê que seria necessário contratar 30 mil no país.

Outro lado

Segundo os Correios, o atraso na entrega de cartas não é generalizado e deve se normalizar com a contratação de quase 10 mil empregados, por meio de concurso.

"Na região de Campinas, 26% das correspondências estavam sendo entregues com atraso, mas a empresa já vem adotando providências para minimizar a situação."

Entre elas, cita agilidade na compra de equipamentos para melhorar o tratamento da carga, horas extras, trabalho aos fins de semana, realocação de pessoal e admissão de temporários.

A empresa informa ainda que no país são entregues 35 milhões de objetos por dia.

"A média nacional de entrega dentro do prazo tem sido de 90%. Os eventuais atrasos decorrem do cancelamento do concurso público anterior."

Fonte: Folha de S. Paulo