Pesquisa diz que 65% dos peruanos são contra o indulto a Fujimori
A maioria dos peruanos é contrária ao indulto ao ex-presidente Alberto Fujimori, preso por violação dos direitos humanos durante o seu governo (1990-2000). Enquanto isso, o cardeal Juan Luis Cipriani insiste em recomendar ao presidente Alan García e seu sucessor, Ollanta Humala, que o indultem.
Publicado 19/06/2011 16:47
Segundo pesquisa publicada este domingo (19) no jornal El Comercio, de Lima, o repúdio ao indulto é defendido por 65%, percentual que corresponde àqueles que consideram que o ex-presidente deveria ser transferido para uma prisão comum (36%) e dos que pensam que deve continuar preso na base policial que ocupa (29%).
Vinte e oito por cento dos consultados são favoráveis a um indulto para Fujimori, de 73 anos, que em 2009 foi condenado a 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos e que sofre de um câncer na língua controlado e sob supervisão médica.
Segundo a consulta realizada entre os dias 15 e 17 de junho pelo instituto Ipsos-Apoio, 4% dos 1.200 entrevistados não deram seu ponto de vista sobre o indulto a Fujimori, que governou o Peru entre 1990 e o ano 2000.
Cinquenta e um por cento disseram não acreditar que Fujimori será indultado antes do fim do governo de Alan García, em 28 de julho, quando será sucedido por Ollanta Humala.
Por sua vez, o cardeal Juan Luis Cipriani, do Opus Dei, instou García e Humala a tomar uma decisão conjunta e indultar Fujimori.
"Alan García e Ollanta Humala deveriam ter a coragem espiritual de se atrever a enfrentar este tema (…) Espero que estes dois homens assumam solidariamente uma responsabilidade", disse Cipriani em entrevista ao El Comercio.
Humala declarou que seria partidário de um indulto por razões humanitárias caso a saúde de Fujimori estivesse em risco, em entrevista à emissora CNN em espanhol em 6 de junho, após vencer eleições sobre a filha do ex-presidente, Keiko.
Os boatos sobre um indulto a Fujimori têm se intensificado nas últimas semanas, quando o ex-governante foi hospitalizado em caráter de urgência, após sofrer um sangramento na lesão cancerosa e registrar forte perda de peso.
Na quinta-feira (16), García e Humala conversaram sobre o indulto em uma reunião privada, da qual não houve versão oficial detalhada a respeito das posições de ambos sobre o tema.
Fujimori voltou na terça-feira (14) à base policial que lhe serve de prisão, após ser submetido a exames no hospital neoplásico de Lima, que descartaram que o câncer de língua do qual sofre seja terminal.
Fonte: Prensa Latina