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Para José Dirceu, crimes da ditadura não devem prescrever

O ex-ministro José Dirceu afirmou neste sábado (18) que, apesar de entendimento contrário da AGU (Advocacia-Geral da União), vai continuar defendendo a tese de que crimes como tortura e assassinatos cometidos durante a época da ditadura militar não prescrevem.

Dirceu fez a afirmação ao ser questionado sobre a posição do governo de enterrar a possibilidade de rever a Lei da Anistia.

Para ele, "mais cedo ou mais tarde será declarado por autoridades internacionais que o Brasil está fora da lei".

"Estamos em sentido contrário de todos os outros países do mundo, principalmente da América do Sul", afirmou.

Ainda para o ex-ministro, o Brasil precisa reconhecer os autores que praticaram atos graves na ditadura – que eles pelo menos sejam expostos. "Nós queremos a verdade."

Ao chegar em um evento em Brasília, Dirceu também falou sobre a posição do governo de manter documentos em sigilo eterno. "O ideal seria que não tivessemos nenhuma restrição quanto a documentos, mas a vida é dura, né?"

Em sua opinião, o ideal seria a aprovação de projeto como o que foi votado na Câmara, com a possibilidade de sigilo de 25 anos, renováveis pelo mesmo período.

Fonte: Folha.com