PV dissolve diretório paulista e agrava racha com Marina Silva
O presidente nacional do PV, deputado federal José Luiz Penna (SP), cancelou nesta terça-feira (14) o registro do diretório estadual de São Paulo. O golpe de Penna abriu nova ferida na disputa interna pelo controle do partido com a ex-senadora Marina Silva, que concorreu à Presidência pelo PV no ano passado.
Publicado 15/06/2011 11:41
O diretório municipal era comandado desde março de 2010 por Maurício Brusadin, dirigente que era ligado a Penna, mas se aproximou da ex-senadora na época da eleição e foi um dos líderes da Transição Democrática. O grupo foi a vários estados para discutir a realização de eleições internas no PV para os cargos de direção — a maioria dos diretórios é composta por comissões provisórias, nomeadas pelo comando nacional do partido.
"Fui retirado [da direção] porque iniciamos o processo de eleições democráticas no PV, mas o Penna quer manter uma política do século 18 para o poder continuar nas mãos dele", afirmou Brusadin. Segundo ele, a direção de São Paulo tinha marcado eleição interna para agosto e ele não seria candidato à reeleição para não interferir no processo.
Em fevereiro, o diretório de São Paulo já tinha sofrido intervenção dos dirigentes nacionais, porém o mandato foi ampliado em mais três meses após discussões internas. A Executiva Nacional e a bancada de deputados federais do PV se reuniria ontem à noite para decidir o substituto de Brusadin. O nome mais cotado era o do presidente da Fundação Herbert Daniel, Marco Mroz.
O racha entre os grupos de Marina e Penna ocorreu após a Executiva Nacional — onde o deputado tem maioria — estender o mandato dele à frente do partido até 2012. A ex-senadora acusa o rival de autoritarismo, já que ele está na presidência desde 1999.
O deputado diz a correligionários que ela é uma neófita no partido — saiu do PT em 2009 — e que a presença dela não agregou votos à legenda, já que o partido fez 13 deputados federais em 2006 e 14 em 2010, eleição em que Marina recebeu 20 milhões de votos para presidente.
A secretária nacional de Assuntos Jurídicos do PV, Vera Motta, defende a decisão do partido e diz que a Comissão de Ética deveria abrir processo contra ele e Marina. "Segundo o estatuto do PV, não é permitido a nenhum dirigente ou filiado denegrir a imagem do partido ou de seus dirigentes.”
Da Redação, com informações do Valor Econômico