Brasil sem Miséria usará ações concretas para erradicar pobreza
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (13) que o Plano Brasil sem Miséria vai mostrar que é possível sair da pobreza com ações concretas, como empréstimos, cursos de capacitação e formação de cooperativas. No programa semanal "Café com a Presidenta", ela lembrou que o problema da miséria nos grandes centros urbanos envolve situações como a falta de capacitação e a má remuneração dos profissionais.
Publicado 13/06/2011 10:16
Na entrevista, transmitida pela Rádio Nacional, Dilma contou a história de dona Marize Rodrigues – que recebia o Bolsa Família para sustentar os quatro filhos. “Ela teve oportunidade de participar de cursos de capacitação oferecidos pelo Bolsa Família no município de Osasco, e acabou formando uma cooperativa de costura junto com 14 mulheres. Hoje ela preside a Cooperativa de Costura de Osasco e pediu o desligamento do Bolsa Família porque não precisa mais do benefício. Sabe o que acabou de acontecer? Uma rede de supermercados está negociando com a cooperativa que ela preside os serviços das costureiras para produzir sacolas ecológicas. Essa história da dona Marize pode se repetir com muitas e muitas mulheres pelo país afora. É isso que nós queremos. Se oferecermos oportunidades de capacitação e apoiarmos a procura de emprego, a abertura do próprio negócio, essas brasileiras e esses brasileiros terão oportunidade de mudar sua vida, de sair da pobreza.”
A presidente iniciou a entrevista explicando que “a miséria nas cidades tem várias causas”. Ela lembrou que para algumas pessoas falta capacitação técnica para conseguir emprego. Em outros casos, o problema é a baixa remuneração. Para esses trabalhadores, o Brasil sem Miséria vai oferecer cursos de capacitação profissional a 1,7 milhão de jovens e adultos, e vai encaminhá-los para o mercado de trabalho.
“Além disso, vamos oferecer crédito e incentivos para quem quiser abrir ou melhorar seu próprio negócio. Nas cidades há também pessoas que sequer entram nas estatísticas, porque não têm endereço, não têm certidão de nascimento, não têm qualquer documento, nada, nem sequer conhecem seus direitos. Então, vamos fazer um verdadeiro mutirão para chegar a elas, dar documentos e atendê-las em suas necessidades.”
Neste ponto do programa, o apresentador Luciano Seixas solicitou da presidente um exemplo do grupo que deverá ser beneficiado pelo plano. Dilma disse que o público alvo inclui, por exemplo, catadores de papel e pessoas que moram nas ruas. “Os catadores não conseguem, muitas vezes, fazer coleta do lixo em condições adequadas e nem tampouco obter uma renda digna”, disse. “Então, a primeira coisa que vamos fazer é incentivar a organização produtiva, em cooperativa, dos catadores de materiais recicláveis para melhorar suas condições de trabalho, aumentar suas oportunidades de ter uma renda e melhorar de vida.”
“Vamos também apoiar as prefeituras para implantar programas de coleta seletiva, com a participação dos catadores. Com cursos, treinamentos, vamos capacitar milhares de catadores e fortalecer a participação, na coleta seletiva, de mais de 200 mil catadores até 2014. Eu quero lembrar que dessa maneira, Luciano, nós estamos dando oportunidades para o aumento de renda dos catadores e, ao mesmo tempo, incentivando a preservação do meio ambiente.”
Uma outra vertente do Brasil sem Miséria é a participação do setor empresarial. Segundo a presidente, os supermercados “se comprometeram em contratar pessoas que recebem o Bolsa Família como caixas, empacotadores, auxiliares”. Ela disse também que vem sendo finalizado um acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para que eles comprem alimentos — frutas, verduras, grãos, leite — direto da agricultura familiar e vendam nos supermercados.
“Todos ganham com esse acordo. Os agricultores vão poder escoar a mercadoria, diminuindo o risco de perder sua produção. Os supermercados vão ter a certeza de que estão colocando em suas prateleiras produtos de ótima qualidade.”
Por sua vez, segundo a presidente, a medida vai beneficiar o consumidor que irá “comprar alimento plantado com as melhores sementes, aquelas da Embrapa”. E, ao mesmo tempo, vai contribuir para o sustento dos mais pobres. E continuou: “Assim se movimenta a roda da economia. Quando distribuímos renda, mais gente consome, mais gente produz, mais dinheiro circula na economia do nosso país, e isso, Luciano, é bom para todo mundo”.
Informações do Blog do Planalto e da Agência Brasil