PCdoB saúda a vitória de Ollanta Humala no Peru
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) congratula-se com o companheiro Ollanta Humala, da coligação Ganha Peru, eleito presidente da República do Peru no último domingo, em segundo turno, com mais de meio milhão de votos à frente de sua oponente direitista.
Por Renato Rabelo* e Ricardo Abreu Alemão**
Publicado 10/06/2011 10:38
Saudamos as forças democráticas, patrióticas, progressistas e revolucionárias do Peru que impulsionaram este êxito e felicitamos o irmão povo peruano, com o qual nós brasileiros compartilhamos 2.995 quilômetros de fronteira.
A vitória de Ollanta Humala tem potencial para impulsionar a tendência à união sul e latino americana em nossa região, tendo em vistas as convicções expressas pelo novo presidente durante a campanha eleitoral, no sentido de consolidar a Unasul e iniciar trâmites que permitam ao país tornar-se membro pleno do Mercosul – a despeito das amarras aos EUA, inclusive em política econômica e industrial, imposta pelos que o antecederam.
A conquista de forças democráticas, patrióticas, progressistas e revolucionárias no Peru expressa também que as vitórias destas forças na América Latina prosseguem, num ambiente de luta renhida com seus contrários. Tal conquista expressa também a resistência anti-imperialista em nossos países e a nossa luta pela autonomia e independência nacional, uma das bandeiras mais importantes e estratégicas das forças avançadas que ascendem em nossa região.
O êxito de Humala deverá abalar a recém constituído “Acordo do Pacífico”, aparecido ao final do repudiado e impopular mandato de Alan Garcia no Peru, e que reúne países governados pela direita que possuem Tratado de livre comércio com os Estados Unidos – Chile, Colômbia e México.
A vitória de Humala representa, inequivocamente, mais um revés para as forças de direita. As forças reacionárias, hipocritamente, enquanto “denunciam”, em campanha terrorista, uma suposta ingerência venezuelana ou brasileira na campanha, fizeram posar sorridentes os presidentes Piñera (Chile), Santos (Colômbia) e Calderon (México) ao lado de sua candidata Keiko Fujimori, na recente assinatura do “Acordo do Pacifico” em Lima.
Após anunciada sua vitória, Humala reiterou seu compromisso, de “corrigir a política econômica”, uma exigência popular num país que, a despeito de crescer a altas taxas nos últimos anos, não registrou redução nos altos índices de pobreza. O novo presidente se comprometeu a aumentar a arrecadação fiscal, hoje abaixo de dois dígitos, para instituir um conjunto de mecanismos para a valorização dos salários, a gradual eliminação da pobreza e para o aumento da presença do Estado na economia.
Imediatamente após a consolidação dos resultados que revelou a vitória de Humala, a chantagem do mercado financeiro contra as mudanças já começou, com a bolsa de valors despencando na maior queda histórica. Cabe às forças políticas e aos governos de esquerda e progressistas da região, em especial da América do Sul, apoiar decididamente o presidente Humala na realização das mudanças, criando condições favoráveis à vinculação do país ao processo de integração sul e latino-americana e para a emancipação de seu país, no contexto da emancipação latino-americana.
São Paulo, 08 de junho de 2011
* Renato Rabelo é presidente Nacional do PCdoB
** Ricardo Alemão Abreu é secretário de Relações Internacionais do PCdoB