CTB-RS defende unidade para enfrentar desafios
Ocorreu nesta quinta-feira (9) a Plenária Estadual da CTB-RS, que reuniu cerca de 300 pessoas no auditório da Fetag em Porto Alegre. Sindicalistas de todo o estado discutiram as diretrizes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil para lutar pela valorização do trabalho. O eixo do encontro em “Mais desenvolvimento. Mais direitos” congregou 72 entidades vinculadas a CTB -RS, entre elas 52 urbanas e 20 rurais.
Publicado 10/06/2011 18:27 | Editado 04/03/2020 17:10
O encontro contou ainda com a presença dos deputados estaduais da bancada trabalhista Alceu Barboia Velho (PDT) e Heitor Schuch (PSB), do deputado federal Assis Melo (PCdoB) e do governador em exercício Beto Grill (PSB),que participou da mesa de debates.
Pela manhã, o debate acerca das bandeiras de luta do movimento sindical contou com a presença de Fernando de Mattos, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); Alberto Broch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura (Contag); Wagner Gomes, presidente nacional da CTB e Guiomar Vidor, presidente da CTB-RS.
O economista Fernado de Mattos, pesquisador do Ipea e professor da Universidade Federal Fluminense, destacou alguns dados do cenário econômico pelo qual o Brasil vem passando após o advento dos governos de esquerda. Afirmou que, apesar do governo de Dilma Roussef ainda estar longe das expectativas dos trabalhadores, está muito a frente das experiências neoliberais anteriores. Através de alguns demonstrativos, destacou a desaleceração da economia em vista do crescimento estrondoso do período anterior, mas deixou claro que a inflação está controlada e não pode afetar o salário do trabalhador . “ A inflação se refere ao custo de produção para os empresários. Por isso a presidente Dilma insiste em investir em infraestrutura, para que a produção tenha menos custo de ser viabilizada. Mas dizer que a inflação advem do aumento de salários é um absurdo.”
Ainda segundo o economista, o megasuperávit brasileiro de 100 bilhões atrai capital especulativo, o que transforma nossa taxa de juros na maior do mundo. Em contrapartida, a jornada de trabalho do Brasil é exaustiva, muito acima das demais economias munidiais. “Concordo com todas as bandeiras de luta levantadas pela CTB. Além de legítimas, elas são mais do que necessárias. “ ressaltou Mattos.
Em seguida, o presidente nacional da CTB fez uma avaliação política sobre o atual modelo macroeconômico do país. Criticou o agronegócio, reiterando que 70% da alimentação do brasileiro vem da agricultura familiar. Sendo assim, o pequeno agricultor deve ser valorizado. E para isso, os trabalhadores devem estar unidos. “Banqueiro pressiona, empresário pressiona e latifundiário pressiona. O trabalhador precisa pressionar também, senão nunca vamos chegar a lugar nenhum.”
No final da manhã, o governador em exercício Beto Grill (PSB) falou um pouco sobre desenvolvimento com valorização no trabalho, bandeira defendida a exaustão pelos trabalhadores e trabalhadoras da CTB. Destacou a importância de um governo mais amadurecido, onde, segundo ele, não há mocinhos nem bandidos, existe sim uma soma de forças."Devemos criar uma frente de coalisão para concretizar este novo projeto de desenvolvimento. Nunca esquecendo é claro, do compromisso com a nossa base, com a nossa história. Estaremos sempre deste lado, ao lado do trabalhador".
Balanços e diretrizes
A tarde, foram apresentados balanços destes quase quatro anos de existência da CTB. Com um resultado muito positivo, a CTB Nacional afirmou ter 800 sindicatos filiados no país, estando presente em todos os estados da federação. O presidente Wagner Gomes, reiterou que não há CTB Nacional forte sem uma unicidade com as CTB’s estaduais. E o Rio Grande do Sul dá exemplo de força na luta pelas bandeiras sindicais.
A CTB-RS conta, segundo o balanço apresentado pelo presidente Guimar Vidor, com cerca de 107 sindicatos filiados. E este númeto está em plena expansão, com cada vez mais sindicatos filiando-se a central. “Isto é um avanço muito importante na nossa representatividade. Também é um desafio, à medida que exige que ampliemos nossa estrutura, demandando assim mais empenho de todos nós. “afirmou Vidor.
As diretrizes reafirmadas na 1a Plenária Estadual da CTB – RS:
Elevar o proagonismo político da CTB com o intuito de atingir os trabalhadores e trabalhadoras com sua marca e fisionomia próprias, na defesa de bandeiras que destaquem de maneira unitária a CTB.
Manter a exitosa unidade das centrais sindicais na defesa de bandeiras gerais de interesse de toda classe trabalhadora, que são:
– Fim do fator previdenciário;
– Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução dos salários;
– Fim das práticas antissindicais;
– Regulamentação da Convenção 151 da OIT;
– Ratificação e agilidade nos trâmites da Convenção 158 da OIT,
– Barrar a terceirização.
Plenária Nacional
No final do encontro, foram escolhidos os delegados que representarão o Rio Grande do Sul na Plenária Nacional da CTB que acontece nos dias 28,29 e 30 de julho em São Paulo. O encontro vai debater as prioridades na luta dos trabalhadores para aprofundar as mudanças no Brasil.
Leia também:
Assis Melo defende união dos trabalhadores em plenária da CTB-RS