Força-tarefa é enviada ao Pará para conter violência no campo
Uma equipe formada por homens da Polícia Federal, Força Nacional de Segurança, Polícia Rodoviária Federal e das Forças Armadas chega nesta terça-feira (7) ao Norte do país para intensificar os esforços de combate à violência no campo. A ação é denominada Operação Proteção à Vida. A ordem para executar a operação foi dada pela presidente Dilma Rousseff na semana passada, depois que quatro ambientalistas foram assassinados na região.
Publicado 07/06/2011 10:25
Em reunião no último dia 3, no Palácio do Planalto, Dilma ouviu os governadores do Pará, Simão Jatene, do Amazonas, Aziz Elias, e de Rondônia, Confúcio Moura.
Também estavam presentes na reunião em Brasília os ministros Nelson Jobim (Defesa), José Eduardo Dutra (Justiça), Maria do Rosário (Secretaria de Defesa dos Direitos Humanos), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário).
Punições rigorosas
Na reunião, Jatene disse que é necessário identificar e punir de forma rigorosa os envolvidos em assassinatos no campo. Segundo ele, só dessa maneira será possível evitar o ambiente de impunidade que domina a região. “Não vamos reproduzir o passado e o ponto de partida deve ser a união de todos no enfrentamento à violência”, afirmou ele, na reunião.
Na segunda-feira (6), o secretário de Segurança Pública do Pará, Luiz Fernandes, disse que as áreas mais críticas do estado são o sul e o sudeste. Em 2010, houve 13 assassinatos sem apuração em Pacajás. Ele informou ainda que as investigações sobre o assassinato do casal de ambientalistas — José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo — estão “em curso”.
Políticas públicas
Para o secretário, as mortes refletem a “situação de intolerância dentro do assentamento" e foram estimuladas pela ganância de alguns madeireiros. “Falta o Estado sim, mas o Estado como um todo. Faltam políticas públicas, não o Estado policial, mas o Estado que educa, que cuida da saúde, que ajuda a preservar a natureza e o homem, que dá ao colono a condição de trabalhar e criar sua renda”, disse Fernandes.
No fim de maio, quatro ambientalistas foram assassinados no Brasil – três no Pará e um em Rondônia. Para a Comissão Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica, a lista dos que estão ameaçados chega a mil pessoas, sendo que 125 correm mais riscos.
Fonte: Agência Brasil