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Belo Monte reverte lógica de ocupação da Amazônia, diz governador

O governador do Pará, Simão Jatene, disse nesta quinta-feira (2) que a instalação da Usina de Belo Monte representará uma reversão da lógica de ocupação da região amazônica.

“Cada vez mais se consolidam as chances de sucesso de um projeto da dimensão de Belo Monte. Não apenas para a geração de energia, mas para projetos indutores também do desenvolvimento regional”, disse Jatene à Agência Brasil, após reunir-se com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

“A Amazônia só tem um caminho para contribuir com o desenvolvimento brasileiro: é por meio do seu próprio desenvolvimento”. Para o governador paraense, o funcionamento da usina será positivo de forma direta – com a geração de energia a um custo mais baixo – e indireta. “Não é só uma questão de criar um polo industrial. É a de reverter uma lógica de ocupação da Amazônia, e não apenas do Pará”.

“Bastam apenas quatro informações para a gente perceber que o processo de ocupação da Amazônia precisa ser revisto: a região representa 60% do território nacional, abriga 12% da população e gera 8% do PIB [Produto Interno Bruto]. Isso já deixa claro que o nosso PIB per capita é menor do que a média nacional. Mas a informação mais grave é que a Amazônia responde por mais de 50% das emissões de gás carbônico”.

Projeto será levado adiante

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta quinta que o governo brasileiro respeita a posição da Anistia Internacional sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu, no Pará, mas tem “orgulho” do projeto e não pretende voltar atrás na decisão de levar a obra adiante.

Carvalho fez a abertura da reunião do governo com as centrais sindicais sobre o fator previdenciário. A Anistia Internacional pediu hoje que o governo brasileiro suspenda o projeto até que os direitos das populações indígenas estejam plenamente garantidos.

A organização diz que “dar continuidade do projeto de Belo Monte” equivale a “sacrificar os direitos humanos pelo desenvolvimento”. na quarta-feira (1º/6), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença de instalação para o empreendimento que autoriza o início das obras.

“A gente respeita a posição da Anistia, mas o governo brasileiro tem convicção firmada da idoneidade do processo, da adequação do projeto. Temos orgulho desse projeto. Vamos fornecer as informações que forem necessárias, mas a obra, definitivamente, vai acontecer”, afirmou Carvalho.

Belo Monte é o maior empreendimento energético do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e terá potência instalada de 11,2 mil megawatts. O lago da hidrelétrica deverá inundar uma área de 516 quilômetros quadrados. O projeto é alvo de contestações de ambientalistas, do Ministério Público Federal e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Com informações da Agência Brasil