Belo Monte reverte lógica de ocupação da Amazônia, diz governador
O governador do Pará, Simão Jatene, disse nesta quinta-feira (2) que a instalação da Usina de Belo Monte representará uma reversão da lógica de ocupação da região amazônica.
Publicado 02/06/2011 18:51
“Cada vez mais se consolidam as chances de sucesso de um projeto da dimensão de Belo Monte. Não apenas para a geração de energia, mas para projetos indutores também do desenvolvimento regional”, disse Jatene à Agência Brasil, após reunir-se com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
“A Amazônia só tem um caminho para contribuir com o desenvolvimento brasileiro: é por meio do seu próprio desenvolvimento”. Para o governador paraense, o funcionamento da usina será positivo de forma direta – com a geração de energia a um custo mais baixo – e indireta. “Não é só uma questão de criar um polo industrial. É a de reverter uma lógica de ocupação da Amazônia, e não apenas do Pará”.
“Bastam apenas quatro informações para a gente perceber que o processo de ocupação da Amazônia precisa ser revisto: a região representa 60% do território nacional, abriga 12% da população e gera 8% do PIB [Produto Interno Bruto]. Isso já deixa claro que o nosso PIB per capita é menor do que a média nacional. Mas a informação mais grave é que a Amazônia responde por mais de 50% das emissões de gás carbônico”.
Projeto será levado adiante
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta quinta que o governo brasileiro respeita a posição da Anistia Internacional sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu, no Pará, mas tem “orgulho” do projeto e não pretende voltar atrás na decisão de levar a obra adiante.
Carvalho fez a abertura da reunião do governo com as centrais sindicais sobre o fator previdenciário. A Anistia Internacional pediu hoje que o governo brasileiro suspenda o projeto até que os direitos das populações indígenas estejam plenamente garantidos.
A organização diz que “dar continuidade do projeto de Belo Monte” equivale a “sacrificar os direitos humanos pelo desenvolvimento”. na quarta-feira (1º/6), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença de instalação para o empreendimento que autoriza o início das obras.
“A gente respeita a posição da Anistia, mas o governo brasileiro tem convicção firmada da idoneidade do processo, da adequação do projeto. Temos orgulho desse projeto. Vamos fornecer as informações que forem necessárias, mas a obra, definitivamente, vai acontecer”, afirmou Carvalho.
Belo Monte é o maior empreendimento energético do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e terá potência instalada de 11,2 mil megawatts. O lago da hidrelétrica deverá inundar uma área de 516 quilômetros quadrados. O projeto é alvo de contestações de ambientalistas, do Ministério Público Federal e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Com informações da Agência Brasil