Deputados discutem aquecimento global em audiência pública
A erosão costeira e o aquecimento global foram discutidos em audiência pública realizada na tarde desta segunda-feira (30/05), pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido e Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca da Assembleia Legislativa do Ceará.
Publicado 31/05/2011 10:08 | Editado 04/03/2020 16:31
O encontro, solicitado pelo deputado Lula Morais (PCdoB), marcou o transcurso do Dia do Geólogo, comemorado nesta segunda-feira. "Sabemos da importância desta ciência para a soberania de um País como o nosso, que tem tanta riqueza mineral", considerou o parlamentar.
Durante a audiência, o professor João Wagner Alencar Castro, do Laboratório de Geologia Costeira, Sedimentologia e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), proferiu palestra sobre as "Mudanças globais e Impactos Ambientais da Zona Costeira", que questiona a Teoria do Aquecimento Global. "O assunto é mais complexo do que os ideólogos querem fazer crer", disse.
De acordo com o professor, o mundo passa por um processo de resfriamento. "Possivelmente, estamos no final de uma Era Interglacial, que implica no resfriamento do clima. O resfriamento global é muito pior que o aquecimento, porque com o resfriamento você não vai ter a atividade agrícola e, consequentemente, vem a fome", explicou.
João Wagner destacou, ainda, os efeitos das mudanças globais no Brasil, acometido pelo fenômeno El Niño, que provoca fenômenos como chuva superior à média na região Sul e secas extremas no Nordeste. "No Ceará, a seca vai favorecer ao maior transporte de sedimento eólico, e consequemente, um grande impacto ambiental, como o soterramento de lagoas e cidades", afirmou.
Em relação à erosão costeira no Ceará, segundo o professor, a construção de barragens, a implantação de estruturas rígidas na linha da costa e a urbanização da orla contribuem para o aceleramento do processo.
O presidente da Associação Profissional dos Geólogos do Ceará (APGCE), João Bosco Morais, reafirmou o pensamento da APGCE: "Não fazemos nenhuma apologia à degradação da natureza, estamos preocupados com o desenvolvimento sustentável e humano".
Já o presidente do Centro Acadêmico Honestino Guimarães, Alisson Maia, relembrou a história do estudante de geologia que leva o nome do CA, um dos desaparecidos políticos da Ditadura Militar.
Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa