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Obama diz que EUA e britânicos querem ‘acabar trabalho’ na Líbia

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reforçaram nesta quarta-feira (25), após reunião em Londres, a posição de seus governos de que o líder da Líbia, coronel Muamar Kadafi, deve deixar o poder. Obama, que visita a capital britânica como parte de um giro pela Europa, afirmou que a comunidade internacional fez “progressos enormes salvando vidas de civis na Líbia”.

"Kadafi e seu governo precisam entender que não haverá diminuição na pressão que estamos aplicando", afirmou o presidente norte-americano, acrescentando que os Estados Unidos estão “firmemente comprometidos em terminar o trabalho” na Líbia.

Obama disse também que as ações na Líbia foram determinadas pela ONU e contam com a participação de muitas nações, incluindo países árabes, e o objetivo é “salvar vidas e garantir que não tenhamos o tipo de massacre que nos levaria a olhar para trás e nos perguntar por que não fizemos nada”. Cameron afirmou que não há futuro para a Líbia se Kadafi permanecer no poder e acrescentou que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos estão analisando “todas as opções” para “aumentar a pressão” contra o governo do líder líbio.

Limitações

Apesar das palavras duras contra o governo líbio, Obama e Cameron reconheceram que a missão das tropas da Otan na Líbia tem limitações, como a ausência de ações terrestres. “Uma vez que você descarta (o uso de) forças terrestres, existem algumas limitações inerentes às nossas operações de ataques aéreos”, disse o presidente americano, acrescentando que essas ações militares precisam ser coordenadas com atividades terrestres da oposição líbia.

Durante coletiva conjunta em Londres, os líderes de Estados Unidos e Grã-Bretanha também reafirmaram o compromisso de seus países com o combate ao terrorismo no Afeganistão. “Podemos derrotar a Al-Qaeda, e os eventos dos últimos meses nos deram uma oportunidade de mudar essa onda de terror de uma vez por todas”, disse o primeiro-ministro britânico.

"Devemos continuar destruindo a rede terrorista (da al-Qaeda), e parabenizo o presidente (Obama) por sua operação contra (Osama) Bin Laden. Isso não foi só uma vitória para a justiça, mas um golpe no coração do terrorismo internacional", acrescentou.

Cameron também destacou a importância de trabalhar junto com o governo paquistanês na luta contra o terrorismo. "As pessoas perguntam sobre nosso relacionamento, então precisamos ser claros. O Paquistão sofreu mais com o terrorismo do que qualquer outro país no mundo. O inimigo deles é nosso inimigo. Não temos que nos afastar, temos de continuar cada vez mais próximos ", disse o líder britânico.

Democracia

Antes da entrevista, Cameron e Obama se reuniram na residência oficial do primeiro-ministro britânico. Durante a entrevista, o presidente norte-americano afirmou que é do interesse da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos que, no longo prazo, o Afeganistão nunca mais seja uma plataforma de lançamento para o terrorismo.

Obama também disse ver com bons olhos a cooperação entre Paquistão e Afeganistão. De acordo com Cameron, os dois líderes concordaram que as mudanças pró-democracia no Norte da África e no Oriente Médio devem ser permanentes e que a comunidade internacional precisa aproveitar esse “momento único em uma geração” para apoiar "reformas democráticas" na região.

Discurso no Parlamento

Obama também realizou, nesta quarta-feira, um discurso diante do Parlamento britânico. Obama se tornará o quarto dignatário estrangeiro desde a Segunda Guerra Mundial, a se pronunciar perante o Parlamento britânico. O Papa Bento XVI fez um discurso em setembro de 2010 depois de Nelson Mandela em 1996, quando ele era o presidente da África do Sul, e seu homólogo francês, Charles de Gaulle em 1960.

Em seu discurso, Obama elogiou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), classificando-a como "a aliança mais bem sucedida na história do homem". Juntos, os países que integram o organismo militar bombardeiam Trípoli, na tentativa de derrubar Kadafi.

"O que vemos no Irã, na Praça Tahrir (Egito), são movimentos que contam com ao apoio dos EUA. Vamos investir no futuro das nações que investem na democracia, a começar pelo Egito, para ajuda-los a mostrar aos países que optam pela liberdade que a democracia vale a pena. A repressão oferece apenas a promessa de estabilidade", afirmou Obama, diante dos parlamentares britânicos.

George W. Bush estava prestes a proferir um discurso no Parlamento britânico em 2003, mas sua agenda foi cancelada devido a protestos contra a guerra no Iraque, em que Londres se envolveu com Washington.

Fonte: Correio do Brasil