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PMDB quer coligação com 18 partidos no Rio e acordo com PT em SP

Os presidentes do PMDB e do PT selaram nesta quarta-feira (18) acordo para que os dois partidos, aliados no âmbito nacional, lancem candidatos independentes à Prefeitura de São Paulo. Já no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes, apoiado pelo governador Sérgio Cabral, ambos do PMDB, costura uma inédita aliança de 18 partidos para se reeleger ainda no primeiro turno.

O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, opera em duas frentes: tenta atrair para a coligação da base governista o PPS, partido que esteve aliado ao PSDB no Rio, pelo menos, nas últimas três eleições, e fazer da presidente do Flamengo, a vereadora Patrícia Amorim (PSDB), candidata a vice-prefeita na chapa de Paes. Além disso, o recém-nascido PSD já promete aliança total. Com isso, a base do governo teria 18 partidos aliados.

Só com Patrícia Amorim calcula-se que Picciani atrairia cerca de 300 mil votos para a chapa. Depois de passar por momentos difíceis no clube que dirige, ela vive momento de felicidade com a torcida flamenguista, ao ganhar os dois turnos do Campeonato Carioca, levar Ronaldinho Gaúcho para o time e ainda entregar a camisa do Flamengo ao presidente americano Barack Obama.

Índio da Costa, responsável pela formação do PSD no Rio, confirma que está iniciando conversas com Picciani e o governador Cabral para apoiar o governo. "Queremos ajudar um governo que está dando certo, que tem a aprovação da população. Há um ponto ou outro que podemos discutir e propor melhorias, mas existe no Rio um círculo virtuoso de um governo que está funcionando. Não há porque fazer oposição por oposição", explica Índio.

Já no PPS, a adesão ainda não é unânime. Nesta semana o diretório estadual se reuniu, e o impasse se manteve. Na próxima semana, os líderes terão encontro com o governador. Enquanto as lideranças negociam com o PMDB, outros setores são contra a união.

Picciani afirma que não se trata de uma estratégia de reduzir a oposição. "Todo partido que busca uma candidatura majoritária procura reunir o maior número de partidos", explica. "Estamos fazendo este trabalho desde a eleição do governador. No primeiro turno da eleição de 2006, tínhamos seis ou sete aliados. No segundo, éramos 11 ou 12. Na última eleição, foram 16", conta o ex-deputado.

No DEM, outro partido que se mantém na oposição, o ex-prefeito Cesar Maia é mais resignado com a base de Cabral e Paes. "Quem ganha atrai todos, ou quase, para o poder", diz. Mesmo assim, Maia continua negociando a candidatura de seu filho, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM) na mesma chapa de a filha de Garotinho, a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR) para a prefeitura.

São Paulo

Na capital paulista, o PMDB definiu o nome de Gabriel Chalita para a disputa à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Já o PT está dividido entre a senadora Marta Suplicy (PT-SP) e os ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Fernando Haddad (Educação).

O presidente do PT, Rui Falcão, disse que há o acordo dos partidos se apoiarem num eventual segundo turno com a oposição — além da promessa do "alto nível" da campanha já no primeiro turno. "Ninguém vai dar canelada, não vamos ficar nos matando."

O senador Valdir Raupp (RO), presidente do PMDB, afirmou que os dois partidos são "livres, independentes e soberanos" para lançarem nomes separados à prefeitura. "As alianças nas campanhas só são boas se forem para os dois lados. O Chalita é uma liderança nova, todo mundo respeita, tem trânsito em todas as correntes."

Nos bastidores, PT e PMDB dão como certo o nome do ex-governador José Serra (PSDB) como principal adversário dos governistas na disputa pela Prefeitura de SP. O tucano — que visitou o Senado nesta quarta-feira (18) — desconversou sobre a possibilidade de ser candidato. "Eles estão dizendo isso, é? Prefiro não comentar."

Apesar do peso político de Serra, candidato derrotado à Presidência no ano passado, petistas e peemedebistas dizem estar "tranquilos" sobre a possível escolha do tucano. "O Chalita diz não ter problemas em disputar com o Serra", afirmou Raupp.

No PT, o nome de Marta ganha força como "provável candidata" em 2014. A senadora já deu início às articulações para o lançamento do seu nome, apesar de Mercadante ter como trunfo o fato de ter disputado o governo do estado no ano passado — o que lhe deixou sem mandato no Legislativo. Haddad conta com a simpatia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas enfrenta resistências dentro do PT.

Em meio ao impasse, petistas e peemedebistas temem a profusão de candidaturas na capital paulista. O PCdoB, aliado do PT no governo federal, se articula para lançar o vereador Netinho de Paula à prefeitura.

Da Redação, com agências