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PCdoB põe em debate suas concepções para o movimento sindical

A atualização de sua política para o sindicalismo é um dos objetivos do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB. O evento será realizado entre os dias 20 e 22, em Salvador (BA), sob o tema “Concepções dos Comunistas para o Movimento Sindical”. O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fará a conferência de abertura.

A reunião, de caráter nacional, vai envolver os principais dirigentes sindicais do PCdoB e lideranças comunistas ligadas à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a outras centrais. Segundo o secretário sindical do PCdoB, João Batista Lemos, dois eixos dominarão os debates: o projeto de classe e a organização do partido entre os trabalhadores.

“Faremos uma análise da atual situação dos trabalhadores e do movimento sindical no Brasil, para discutirmos o nosso projeto de classe – que é o projeto da CTB para o movimento sindical”, afirma Batista. “O segundo eixo é o fortalecimento do partido entre os trabalhadores.”

O encontro também definirá os novos rumos da política sindical do PCdoB em todos os estados. “A eleição da presidente Dilma Rousseff significa a terceira vitória do povo e inaugura uma nova situação para os trabalhadores em nosso país. O ciclo de mudanças iniciado em 2003, com o primeiro mandato do presidente Lula, terá continuidade. Dentro deste contexto político, devemos identificar e discutir quais são as perspectivas que se abrem para os trabalhadores.”

A reunião – que assume internamente um caráter de conferência – é vista pelos dirigentes sindicais do partido com a mesma ousadia e responsabilidade que marcaram, em 2007, a decisão da Corrente Sindical Classista (CSC) de sair da CUT (Central Única dos Trabalhadores) para construir uma nova alternativa no movimento sindical brasileiro, através da criação da CTB.

Balanço

O encontro fará um balanço da primeira etapa da CTB, que incluiu o processo de estruturação da central em todos os estados brasileiros e a legalização da entidade junto ao Ministério do Trabalho. Entre os maiores êxitos políticos da central, fundada em dezembro de 2007, está a promoção da Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), em 1º de junho de 2010, no Pacaembu, em São Paulo. O encontro reuniu cinco centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB) e cerca de 30 mil lideranças do movimento em torno de uma plataforma comum dos trabalhadores.

Em nível internacional, a CTB também foi responsável por protagonizar o Encontro Sindical Nossa América, que é uma articulação de todos os movimentos sindicais do continente americano, em torno das bandeiras antineoliberais e anti-imperialistas. Recentemente na Grécia, a CTB alcançou a vice-presidência da Federação Sindical Mundial (FSM) com a eleição do próprio Batista ao cargo.

“A CTB tem jogado um papel muito importante. Mas achamos que, para dar conta dos novos desafios, precisamos nos preparar ainda mais para disputar a hegemonia do movimento sindical. Vamos debater justamente o espaço da CTB, para construirmos um sindicalismo classista, moderno, democrático e unitário”, reforça. As deliberações do encontro serão propostas e debatidas dentro da CTB – que possui caráter plural e unitário.

Projeto de classe

As discussões do projeto de classe devem contemplar linhas de ação como o protagonismo político, através da defesa da autonomia da CTB e demais entidades sindicais dos trabalhadores, e a realização de uma campanha própria que sensibilize amplas massas. Outra prioridade é instrumentalizar o Centro de Estudos Sindicais (CES) para construir o Instituto de Estudos, Pesquisa e Formação Sindical.

É preciso fortalecer também a comunicação sindical, as direções estaduais da CTB e os sindicatos. “Sem avançarmos nessas questões, é impossível nos preparamos para disputar a hegemonia dentro do movimento sindical”, diz Batista.

Movimento sindical

Para o dirigente comunista, a vitória de Dilma e a atual conjuntura nacional de desenvolvimento demonstram a possibilidade do crescimento do sindicalismo de classe, por meio da defesa do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. O Brasil assiste hoje à mudança do perfil da classe trabalhadora, com o ingresso de cerca de 30 milhões de pessoas para a classe média, e à presença das forças progressistas e o próprio PCdoB no governo federal.

“Necessitamos de um sindicalismo que impulsione o governo Dilma a promover mudanças mais estruturais em nosso país”, agrega Batista. “Achamos que é possível o crescimento do sindicalismo de classe no Brasil, que tenha como horizonte o socialismo em nosso país”.

O encontro também discutirá a necessidade do avanço da organização do PCdoB entre os trabalhadores. O crescimento dos comunistas na frente sindical é essencial para a elevação da influência do partido. Para isso, as secretarias sindicais devem planejar metas de crescimento, em cada comitê estadual e municipal. O PCdoB deve acompanhar pelo menos 300 quadros sindicais até o 13º Congresso do Partido, que será realizado em 2013.

Outro fator importante para o expansão do partido é o fortalecimento das secretarias sindicais estaduais. “Todas as lideranças sindicais comunistas devem estar organizadas em comitês ou nos próprios locais de trabalho. Também vamos discutir a renovação nas frentes sindicais, para a oxigenação da militância sindical”.

Da redação,
Mariana Viel