Estado de greve: Trabalhadores do Porto paralisam atividades
Sete categorias e duas centrais sindicais participaram do movimento. Os trabalhadores pedem uma audiência com o governador do Estado, Cid Gomes, e reivindicam por melhorias na infraestrutura e mais segurança no trabalho. O estado de greve não tem data definida para terminar.
Publicado 06/05/2011 11:05 | Editado 04/03/2020 16:31
Cerca de 700 trabalhadores se reuniram no Porto do Pecém e paralizaram as atividades por 12 horas nesta quinta-feira (05/05). A manifestação foi para reivindicar melhores condições de trabalho. O movimento teve a representação de sindicatos e o apoio de duas centrais sindicais: Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Uma das principais reivindicações é o pagamento do adicional de periculosidade, que corresponde a 30% do salário para cobrir o risco de vida do trabalhador e a convocação de concurso público.
Somam-se às reivindicações a falta de segurança dos trabalhadores, pois quatro foram mortos nos últimos seis meses; casos de assédio moral e jornadas extenuantes de trabalho. Os trabalhadores também denunciam a precarização do trabalho na Cearaportos, a falta de descanso entre as atividades e os mais de 30 funcionários trabalhando sem carteira de trabalho.
O motorista Otacílio Valério Alves tem queixas do trabalho. “Tem dia aqui que eu chego a passar um dia inteiro somente para conseguir o descarregamento de um contêiner”. Lorival Garrido também critica a estrutura do Porto do Pecém. “Pela estrutura que esse porto tem, que dizem que é de 1º mundo, passar mais de 3 horas para fazer um crachá, é um absurdo”.
Os trabalhadores do Pecém denunciam que funcionários de outros portos do País recebem mais benefícios para exercerem as mesmas funções. “Não precisamos nem mesmo irmos longe, aqui mesmo no Mucuripe os trabalhadores ganham adicional de periculosidade”, diz Hernesto Luz, diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do Estado, o Mova-se, e funcionário da CearáPortos.
Hernesto Luz ressalta que o estopim para a manifestação foi a recusa do pedido de audiência com o governador Cid Gomes. Esse tipo de ação e até mesmo uma greve pode ser deflagrada se o governador Cid Gomes não se reunir com representantes dos trabalhadores. Segundo o sindicalista, hoje os trabalhadores retomam as atividades normais, mas alerta: “Poderemos repetir a iniciativa a qualquer momento”.
Segundo estimativas da CearáPortos, empresa que administra o Porto do Pecém, a paralização afetou diretamente a operação local e gerou um prejuízo de R$ 200 mil a R$ 250 mil.
De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações dos jornais locais)