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Otan bombardeia Trípoli; governo amplia prazo para anistia

Grandes explosões geradas por bombardeios aéreos da Otan sacudiram a capital da Líbia nesta quarta-feira (4), em meio a decisão do governo de estender o prazo para dar anistia aos rebeldes e acusados de crimes de guerra.

O sobrevôo de aviões da Otan, seguido de três deflagrações e nuvens de fumaça em uma área leste da cidade, nas primeiras horas dessa quarta-feira gerou um situação alarmante em Trípoli, segundo relataram meios oficiais.

Os bombardeios ocorreram por volta das 12h40 no horário local, e tudo indica que foram muito próximos ao complexo residencial de Bab Al-Aziziyah, também nesta região da capital, mas ainda é desconhecida a magnitude dos danos materiais e se o ataque deixou vítimas.

A televisão estatal lembrou que a recente incursão dos aviões da Otan foi antecedida por um “ataque com munições potentes” na noite do último sábado na mesma área governamental, causando a morte de um filho e três netos do líder Muamar Kadafi.

Este fato gerou mobilizações de cidadãos que tomaram, destruíram e queimaram as embaixadas britânica, italiana e a sede da ONU em Trípoli para protestar contra a assumida tentativa de assassinar o líder e sua família.

Enquanto a Otan recusou uma proposta de diálogo feita na semana passada pelo próprio Kadafi, o Executivo líbio estendeu em mais três dias o prazo para conceder anistia aos insurgentes que possuam armas no país, sobretudo na cidade ocidental de Mistarah.

O vice-chanceler líbio, Khaled Kaim, reiterou nesta terça a oferta, apesar de que desde o início havia sido recusada pelo opositor Conselho Nacional de Transição (CNT), como representante dos rebeldes, pelos próprios rebeldes, a título individual.

Segundo Kaim, o perdão garantido pelo chefe de Estado possibilitou que em Mistarah cerca de 400 insurgentes entregassem as armas nos últimos três dias, sinal considerado positivo pelo vice-chanceler.

O vice-chanceler líbio também rechaçou a decisão de bancos suíços de congelar em mais de 410 milhões de dólares considerados propriedade de Kadafi, e assegurou que o valor pertence a empresas nacionais.

Por outro lado, o líder da CNT afirmou confiar em receber de potências ocidentais um empréstimo de dois a três milhões de dólares, tendo como garantia bens do Estado líbio congelados no exterior e compromissos de comercialização de petróleo.

Fontes oficiais reprovaram informações de especialistas da ONU que asseguraram haver indícios de crimes em flagrante de guerra cometidos pelo governo e pelo exército de Kadafi durante a resistência às manifestações desde 15 de fevereiro deste ano.

Fonte: Prensa Latina