CTB RS: 1º de Maio aponta avanços e muito a conquistar ainda
Os trabalhadores têm motivos para festejar neste 1º de Maio, mas é necessário ampliar as conquistas. A visão foi expressa na manhã deste domingo, por sindicalistas e políticos de esquerda, em um evento organizado pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), nos pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul.
Publicado 02/05/2011 10:09 | Editado 04/03/2020 17:10
O encontro, que integrou às atividades do Dia do Trabalhador, contou com as presenças do vice-governador Beto Grill, o deputado federal Assis Melo (PcdoB), o presidente da CTB no Estado, Guiomar Vidor, o vice-presidente da CTB nacional, Vicente Selistre, a deputada estadual Marisa Formolo (PT), e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação em Caxias do Sul, Arlete Schmitz.
Para Assis Melo, a situação melhorou desde o início do governo Lula. “Hoje (domingo) de manhã, um repórter me telefonou para perguntar se o trabalhador tinha algo a comemorar no 1º de maio. Sou daquele tempo em que se dizia que não havia nada a festejar. Disse que temos coisas a comemorar e coisas a conquistar”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e região. “Há pedras no caminho que precisam ser retiradas para garantirmos o desenvolvimento com a valorização dos trabalhadores.”
Entre os obstáculos citados, o parlamentar criticou inicialmente a fator previdenciário. “Hoje é um roubo institucionalizado. Na hora em que o trabalho utiliza o seu direito, ele perde um direito, perde dinheiro”, disse Assis, afirmando que a redução da aposentadoria pode, em determinados casos, chegar a 60%.Outros “entulhos” dos governos neoliberais que antecederam Lula, segundo o parlamentar, são as políticas de juros altos e o do superávit.
O vice-governador Beto Grill, em sua fala, expôs o modelo de desenvolvimento para o Rio Grande do Sul do novo governo, com políticas específicas para grandes, pequenas e micros empresas e para o setor primário. “Buscamos o desenvolvimento com uma política que busca redistribuir a riqueza”, disse. Beto Grill afirmou que o governo do Estado, tal como fez ao apoiar a política de valorização do salário mínimo regional, buscar melhorar a situação do funcionalismo público e, ao encerrar a fala, concordou com o deputado Assis Melo, em relação à valorização dos trabalhadores. “Muito já foi feito, mas muito ainda precisa ser feito.”
Guiomar Vidor, ao abrir o evento, defendeu um projeto nacional que tenha em seu centro a busca pelo desenvolvimento e a defesa do trabalho. “Muito ainda precisa ser feito em defesa das políticas de saúde, do bolsa família e da moradia popular”, destacou o presidente da CTB no Estado. Ele criticou especialmente a política de juros altos do governo federal. “Ao invés de se investir mais em saúde, políticas sociais e infraestrutura, poupa-se para pagar juros da dívida”, disse.
Marisa Formolo defendeu a importância da mulher no mercado de trabalho, salientando que, em famílias em que a mulher tem renda, há maior estabilidade e menos problemas relacionados à alimentação. “Em casas em que a mulher trabalha, há um nível de vida melhor”, afirmou a deputada do PT, que prometeu levar os problemas da região para discussão na Assembléia Legislativa e defendeu avanços na educação técnica.
Vicente Selistre lembrou dos tempos difíceis do passado, em que trabalhadores eram mortos em repressões, inclusive nas comemorações do 1º de Maio. Destacou avanços, como a democratização e maior liberdade para protestar, mas afirmou que “há muita luta pela frente”. O vice-presidente da CTB nacional defendeu a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e o fim do fator previdenciário e cobrou uma política pública que incentiva a criação de emprego.
À tarde, nos eventos comemorativos ao 1º de Maio, o público lotou os pavilhões da Festa da Uva para assistir aos shows do Tchê Garotos, Papas da Língua, Osvaldir e Carlos Magrão, Lucas e Marcos e Família Hip Hop e Bateria Show. O Ato Show, uma realização da CTB e promoção das rádios Mais Nova e São Francisco, foi um sucesso.
De Caxias do Sul,
Luiz Erbes