Triunvirato do Império descarta futuro da Líbia com Kadafi
Nicolás Sarkozy, Barack Obama e David Cameron, representantes das maiores potências imperialistas — França, Estados Unidos e Reino Unido — afirmaram em conjunto em um artigo que não imaginam um futuro para a Líbia com a presença de seu atual presidente, Muamar Kadafi. O artigo assinado por eles foi distribuído nesta sexta-feira (15) para divulgação por jornais escolhidos a dedo pelos três.
Publicado 15/04/2011 02:33
"É impossível imaginar um futuro para a Líbia com Kadafi", dizem os representantes de cada um dos três países. Eles destacam que vão acelerar a agressão contra a Líbia para derrubar Kadafi e abrir caminho para algum representante do gosto do imperialismo.
"Não se trata de afastar Kadhafi pela força. Mas (…) é impensável que qualquer um que queira massacrar seu povo desempenhe um papel no futuro governo líbio", escrevem os presidentes francês e americano e o primeiro-ministro britânico nos quatro jornais. Naturalmente, não há uma só palavra no artigo sobre Ali Abdulá Salé, o ditador iemenita que tem aberto fogo e assassinado manifestantes em seu país, de forma muito mais documentada que no caso da Líbia.
"Isso condenaria, além disso, a Líbia a ser não apenas um Estado pária, mas também um Estado falido", prosseguem os três dirigentes no artigo que publicado por Le Figaro, Times de Londres, International Herald Tribune e Al-Hayat, estimando que "qualquer compromisso que mantenha (Kadafi) no poder se traduziria por mais caos e anarquia", o que significa que, quanto mais tempo Kadafi levar para ser derrubado, mais sangue será derramado na Líbia pelas armas do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan), o braço armado do triunvirato imperialista.
Para acelerar a derrubada — e possível execução, como no caso do desafeto iraquiano Saddam Hussein —, do presidente líbio, Obama, Cameron e Sarkozy insistem na manutenção da agressão por parte da Otan. "A Otan e os parceiros da coalizão devem manter suas operações, para que a proteção aos civis seja mantida e que a pressão sobre o regime aumente", tergiversam.
Apesar de repetirem abundantemente no texto que "Kadafi deve partir, definitivamente", para depois haver a "transição" para um regime perfeitamente afinado com o pensamento unilateral deles — a exemplo de Arábia Saudita, Barein e Iêmen, dentre outros — Cameron, Sarkozy e Obama utilizam a ladainha de sempre, quando se trata de agredir e não negociar. Querem "um fim real da violência que se traduz por atos, não por palavras". Um texto que serve perfeitamente para criminalizar as ações que os três dirigentes imperialistas conduzem no norte da África a favor do imperialismo.
Com agências