Acordo no âmbito do BRICS fortalece bancos de desenvolvimento
A proposta de fortalecer a cooperação financeira entre os bancos de desenvolvimento do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) contida no plano de ação da “Declaração de Sanya” começa a surtir efeito. O BNDES divulgou informação sobre assinatura de acordo para cooperações financeiras pelos presidentes dos bancos de desenvolvimentos dos cinco países. Segundo a assessoria do banco brasileiro a “iniciativa ampliará investimentos e comércio entre potências emergentes”.
Publicado 15/04/2011 07:40
O fato ocorreu no âmbito da III Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo dos BRICS, em Sanya, China, que teve participação da presidenta Dilma Rousseff, dos presidentes da China, Hu Jintao; da África do Sul, Jacob Zuma; e da Rússia, Dmitri Medvedev, e do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que acompanha a presidenta Dilma nesta conferência, assinou o acordo pelo lado brasileiro. Na ocasião, também foi firmado um protocolo de acesso que formalizará a adesão do banco de desenvolvimento da África do Sul ao grupo.
Ainda segundo a assessoria do banco, o acordo de cooperação terá prazo de vigência de cinco anos e prevê o fortalecimento da cooperação financeira entre as instituições signatárias e o desenvolvimento do relacionamento econômico e comercial entre os países dos BRICS.
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Para dar andamento ao processo, será formado um grupo de estudos integrado por representantes das cinco instituições – BNDES, China Development Bank (CDB), Bank for Development and Foreign Economic Affairs (Vnesheconombank, Rússia), Export-Import Bank of India (Eximbank, Índia) e Development Bank of Southern Africa (DBSA).
O objetivo do grupo é propor, em 2012, duas medidas básicas: a criação de instrumentos que permitam a efetiva atuação conjunta das instituições, a fim de fomentar as relações comerciais entre os países, e mecanismos financeiros e operacionais que facilitem o apoio a projetos de interesse comum.
A atuação e peso dos BRICS na economia mundial têm sido cada vez maiores. A crise financeira internacional de 2008 mostrou o potencial destes países na sustentação do crescimento global, o que aumentou as perspectivas de que essas nações possam ampliar sua influência também na dinâmica sociopolítica do planeta.
Por essa razão, o intercâmbio de experiências e a reflexão conjunta sobre os possíveis caminhos para a realização desse potencial de desenvolvimento econômico e social têm significativas implicações sobre os referenciais e os modelos de política vigentes.
Nesse cenário, o BNDES surge como um dos agentes de desenvolvimento dotados de uma crescente relevância. Em 2010, o banco desembolsou o equivalente a US$ 96,3 bilhões, cifra superior ao de outras instituições internacionais de fomento, como o Banco Mundial, que liberou US$ 18,6 bilhões; o Banco Interamericano de Desenvolvimento, US$ 11,4 bilhões; e a CAF — Corporação Andina de Fomento -, US$ 4,6 bilhões.
Fonte: Blog do Planalto