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Kadafi aceita proposta de paz da União Africana

O presidente da Líbia, Muamar Kadafi, aceitou um plano para encerrar o conflito com os rebeldes armados, envolvendo um cessar-fogo imediato, disse, no domingo (11), o presidente sul-africano Jacob Zuma. Enquanto isso, a Otan intensificou os bombardeios o país. Uma comissão da União Africana (UA) desembarcou, nesta segunda, no aeroporto de Benghazi, com o objetivo de dialogar, desta vez, com os insurgentes.

"A delegação do irmão líder (Kadhafi) aceitou o mapa do caminho que lhe apresentamos", disse o presidente Zuma, ontem, em uma breve declaração aos jornalistas em Trípoli, depois de a UA ter avançado nas negociações com o governo líbio."A solução proposta será detalhada em um comunicado", acrescentou, sem precisar quando o texto será divulgado.

"Este comunicado vai pedir que a Otan cesse seus bombardeios (na Líbia) com o objetivo de dar uma oportunidade de um cessar-fogo", completou. De acordo com Prensa Latina, o "mapa do caminho" prioriza o "fim total e imediato de todas as hostilidades", o envio de ajuda humanitária e a abertura de um diálogo entre o regime e a insurreição.

O plano prevê ainda um período de transição com objetivo de pôr em prática "reformas políticas necessárias para eliminar as causas da presente crise", desatada em 15 de fevereiro. Um porta-voz do governo de Trípoli asseverou que as autoridades trabalham na construção de uma Constituição que substituirá o "Livro Verde", redigido por Kadafi.

Aos jornalistas, Zuma explicou que outros "compromissos" o obrigavam a deixar a Líbia na noite deste domingo, mas precisou que já havia sido concluída a reunião de várias horas entre a delegação africana e o regime líbio.

Outros membros da delegação já chegaram hoje em Benghazi, "capital" dos rebeldes, situada a mil quilômetros a leste de Trípoli, para tentar convencer a insurreição a depor armas.
Momentos antes, os rebeldes declararam que as tropas governamentais devem deixar as ruas e o regime deve respeitar a liberdade de expressão antes do estabelecimento de um cessar-fogo.

"As pessoas devem ser autorizadas a expressar sua opinião nas ruas e os soldados devem retornar para os quartéis", declarou à AFP Chamsedin Abdelmullah, porta-voz do Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão representativo dos insurgentes. Os líderes da rebelião já haviam declarado que rejeitam qualquer cessar-fogo que implique na manutenção de Kadafi ou seus filhos no poder.

Além de Jacob Zuma, compuseram a delegação da UA seus colegas Amadou Toumani Touré (Mali), Mohamed Ould Abdel Aziz (Mauritânia) e Denis Sassou Nguesso (Congo), bem como o ministro ugandês das Relações Exteriores, Henry Oryem Okello.

Otan intensifica bombardeios

As gestões da UA, que busca uma solução negociada para o conflito, foram precedidas por um intenso bombardeio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra posições das tropas do governo em Misratah e Ajdabiya, que, nesta madrugada, se repetiu.

Segundo a Otan, nos confrontos, 25 tanques do Exército do governo foram destruídos, e os bomnbardeios deixaram 23 mortos, sendo 20 pró-Gaddafi, segundo um hospital local. Desde sábado, as vítimas chegam a 38, incluindo 11 rebeldes e 7 civis.

Após as declarações do presidente Jacob Zuma, secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que qualquer cessar-fogo na Líbia deve ser "concreto e verificável".

Com agências