Defensoria pedirá indenização para família de jovem executado
Defensoria Pública vai pedir indenização para família de vítima de assassinato em cemitério. A defensora Daniela Skromov re reuniu com os parentes e fez a proposta na quarta.
Publicado 07/04/2011 13:21 | Editado 04/03/2020 17:17
A Defensoria Pública de São Paulo vai pedir indenização ao Estado para a família da vítima do homem executado em um cemitério em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, no dia 12 de março deste ano. A informação foi confirmada ao R7 na manhã desta quinta-feira (7).
Segundo a assessoria de imprensa da defensoria, a defensora Daniela Skromov se reuniu com a família da vítima na quarta-feira (6) e propôs pedir a indenização. Ainda não há informações sobre o valor.
Na quarta, o juiz da 2ª Vara Distrital de Ferraz de Vasconcelos decretou a prisão preventiva dos policiais militares suspeitos de matar o homem no cemitério. Apesar de o crime ter acontecido no dia 12 de março, só foi anunciado na segunda-feira (4).
O pedido de prisão do MP foi feito na terça-feira (5). Os policiais já estavam detidos no presídio Romão Gomes, na zona norte da capital. Mas, o juiz entendeu que a prisão em flagrante deveria ser relaxada e substituída pela preventiva, para evitar que houvesse alegação de "irregularidade, futuramente".
A dupla trabalhava na 4ª Companhia do 29º Batalhão e também pode ser expulsa da corporação. O Conselho de Disciplina da PM tem 45 dias para avaliar o caso.
Para o juiz, os suspeitos são acusados de um crime hediondo.
– É de tamanha brutalidade que acabou por gerar grande repercussão e clamor social. A liberdade deles, nesse momento, colocaria em risco, por tal motivo, a ordem pública.
Relembre o caso
O homem foi assassinado na tarde do dia 12 de março. Ele tinha passagens por roubo, receptação, formação de quadrilha e resistência, tento passagem pelo sistema prisional desde 24 de agosto de 2010.
Uma mulher, que visitava a sepultura de seu pai, presenciou o crime e ligou para o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar). Segundo a testemunha, os policiais tiraram uma pessoa da viatura e atiraram contra ela. A mulher, que permanece sob proteção policial, ligou para a PM e descreveu o crime.
– Olha, eu estou no Cemitério das Palmeiras, em Ferraz de Vasconcelos, e a Polícia Militar acabou de entrar com uma viatura aqui dentro do cemitério, com uma pessoa dentro do carro, tirou essa pessoa do carro e deu um tiro. Eu estou aqui do lado da sepultura do meu pai.
Enquanto falava com o Copom, que gravou a ligação, ela esperou os policiais passarem perto para que pudesse ver os dados da viatura. Em seguida, o suposto policial autor do disparo percebeu a presença da testemunha, parou o veículo e foi em direção a ela. A mulher se antecipou e foi falar com o policial. Segundo a conversa gravada pelo Copom, o policial diz que não havia atirado e, na realidade, estava socorrendo a vítima. A mulher afirma que o policial estava mentindo.
Os policiais militares suspeitos registraram um boletim de ocorrência de roubo seguido de resistência e morte, no qual alegavam que o homem morto havia resistido à prisão. Mas a ligação gravada da testemunha contradiz o depoimento dos oficiais.
O caso aconteceu durante o mês de março, porém a PM manteve o caso sob sigilo para preservar as testemunhas.
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Fonte: R7