PSB e partido de Kassab se aliarão em 2012, diz Eduardo Campos
O presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, confirmou nesta terça-feira (5) que sua legenda e o Partido Social Democrático (PSD), anunciado pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab, estarão coligados na eleição municipal de 2012. Aliado do Planalto, Campos disse que Kassab nunca teve uma postura "antagônica" junto ao governo federal.
Publicado 06/04/2011 15:45
Em rápida visita à capital paulista para se reunir com empresários, o socialista — que também é governador de Pernambuco — negou a possibilidade de fusão entre PSB e PSD. “Na verdade, sempre foi isso [coligação para 2012]. Da minha parte você nunca me viu falar nem em 'on' nem em 'off' desta questão da fusão", disse Campos. "A nova legenda vai disputar a eleição municipal e, onde for possível, estará junto com o PSB", esclareceu.
O interesse principal de Kassab na aliança com o PSB, segundo Campos, é garantir tempo de TV para a nova sigla nas eleições municipais: "Sempre foi nesta direção que nós trabalhamos". Em dois encontros com Kassab, Campos ficou sabendo que o prefeito e seu grupo criariam um partido. Até então, o governador acreditava que o destino seria o PMDB. Segundo Campos, a sigla servirá para abrigar parlamentares que se encontram “mal situados” nos partidos em que atuam.
Apesar de pertencer ao DEM e de sua forte ligação com o tucano José Serra (SP) — opositor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e adversário da presidente Dilma Rousseff nas urnas —, Kassab é visto por Campos como colaborador do governo federal. O prefeito vem afirmando que o PSD dará apoio a Dilma.
"Não muda nada na relação que o próprio Kassab teve no DEM com o governo do presidente Lula e com a nossa base. Ele já tinha essa relação de colaboração, de proximidade com o governo — nunca foi uma relação estressada, antagônica", declarou.
Na reforma política, que está sendo debatida no Congresso, Campos defende mandato de cinco anos para os cargos do Executivo sem direito à reeleição e coincidência de eleições em um mesmo ano. As novas regras valeriam apenas para os próximos eleitos, garantindo a fórmula atual para quem já está em seus cargos.
Indagado se esperaria o término de um segundo mandato de Dilma para se candidatar à Presidência, Campos foi vago. "Não tenho esse problema, não", respondeu. De esperar? "Não, de ser candidato", afirmou o governador, reeleito com 82% dos votos no ano passado.
Em Brasília, o prefeito de São Paulo elogiou a atuação de Dilma, mas afirmou que não se "sentiria à vontade" para dizer que faz parte da base aliada. "Na campanha, todos sabem que, independentemente dessa parceria com o governo do presidente Lula, fui um dos principais apoiadores do candidato Serra", disse, antes de entrar no Palácio do Planalto. "Não me sentiria à vontade para dizer: 'Olha, vou ser da base da presidente Dilma’. Mas terei o mesmo comportamento que tive com o presidente Lula."
Kassab e alguns políticos da Frente Nacional de Prefeitos aproveitaram a viagem a Brasília para encontrar a presidente no Palácio do Planalto. O objetivo, segundo ele, era apenas cumprimentá-la. "Ela está indo bem", elogiou o prefeito.
Da Redação, com agências