Brasileiros que fazem medicina em Cuba querem atuar no SUS
Entre os dias 25 e 27 de março, foi realizado o 2º Encontro Nacional dos Estudantes Brasileiros de Medicina em Cuba, no Acampamento Internacional “Julio Antonio Mella” (Cijam), no Município Caimito, que fica na Província Artemisa (Cuba). No evento, foi aprovada uma “Carta aberta ao povo brasileiro” em que os estudantes se dispõem a trabalhar pela melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS).
Publicado 30/03/2011 19:40
O evento contou com a participação de 130 delegados eleitos entre os quase 600 estudantes brasileiros. Com o objetivo de debater assuntos internos da organização, a solidariedade a Cuba e a inserção dos egressos da Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) ao Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil.
Pelo SUS
Durante o evento, foi aprovada uma “Carta aberta ao povo brasileiro” (confira a íntegra em documento anexo ao fim desta matéria) em que, após citar os êxitos de projetos com médicos formados pela Elam em diversos países da América Latina, os estudantes brasileiros da Escola apontam os graves problemas da saúde no seu país e propõem: “nós, estudantes da Escola Latino-Americana de Medicina, vimos a público colocar-nos à disposição da sociedade e dos poderes públicos de todos os níveis da federação para a realização de um Plano Integral de Inserção ao Sistema Único de Saúde (SUS), que permita a inserção de médicos formados no Brasil e no exterior, dispostos a levar o acesso à saúde e qualidade de vida às famílias hoje excluídas da assistência médica”.
A abertura do evento contou com a presença do Reitor da Elam, doutor Juan Carrizo Estevez, do primeiro secretário da Embaixada do Brasil em Cuba, Túlio Amaral Kafuri, do professor doutor Marco Aurélio da Ros (UFSC), da professora Maria Auxiliadora Cesar, coordenadora do Núcleo de Estudos Cubanos da UnB (Nescuba), do presidente da Organização Continental Latino-americana e Caribenha dos Estudantes (Oclae), Yeovani Chachaval, dos diretores de atenção ao Brasil e Atenção a Estudantes Estrangeiros do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (Icap), Fabio Simeón e Bárbara Diaz, respectivamente, e da representação do Cijam.
Solidariedade a Cuba
Durante a abertura, os estudantes apresentaram uma moção de solidariedade a Cuba, exigindo a libertação imediata de Ramón, Gerardo, René, Fernando e Antonio, os cinco lutadores anti-terroristas cubanos presos nos Estados Unidos. A moção pauta também o fim do bloqueio econômico a Cuba, o fechamento da Base de Guantánamo e o encerramento da agressão imperialista à Líbia.
No sábado (26), o professor doutor Marco Aurélio da Ros participou de um frutífero encontro com os estudantes, no qual se debateu o tema “Reforma Sanitária no Brasil, passado, presente e perspectivas”. Os trabalhos seguiram pela tarde em grupos temáticos sobre: Solidariedade a Cuba, Reforma Sanitária, Extensão Universitária (o papel das Brigadas Estudantis de Saúde), a inserção na Associação Médica Nacional Maria Fachini e sobre a revalidação dos diplomas no Brasil.
No domingo (27), os estudantes debateram com a professora Maria Auxiliadora (Nescuba) e com Fábio, do Icap, sobre a história do movimento de solidariedade a Cuba no Brasil.
Os trabalhos se encerraram com a aprovação do novo estatuto da Associação Brasileira dos Estudantes de Medicina em Cuba (Abemec) e com a aprovação de uma “Carta aberta ao povo brasileiro”.
Da redação, Luana Bonone, com informações da Abemec