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Brasil e Bolívia assinam acordo para o combate ao narcotráfico

O acordo de cooperação que o Brasil e a Bolívia assinam nesta quinta-feira (30), em La Paz, pode ser o primeiro passo para a regionalização da luta contra o tráfico, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que já está na província boliviana de Chimoré. Segundo Cardozo, ele e o ministro boliviano, Sacha Llorenti, planejam conversar, em breve, também com representantes do governo do Peru sobre a iniciativa.

“Uma reunião dos três países pode criar um grupo de gestão das forças internacionais que combatam o narcotráfico”, afirmou, explicando que o acordo com a Bolívia envolve não apenas a troca de experiência e a participação de agentes dos dois países em operações de repressão ao tráfico de drogas e ao crime organizado, mas, também, o intercâmbio tecnológico. “Justamente porque sabemos que o combate ao narcotráfico exige a integração muito forte dos países fronteiriços”.

Outros convênios

Cardozo também informou que ele e Llorenti assinarão ainda convênios na área de cooperação jurídica, de funcionamento de um projeto piloto de controle da redução do cultivo de coca e de cooperação policial, incluindo a possibilidade de uso aviões não tripulados (vants) brasileiros no monitoramento de parte do território boliviano como forma de coibir a ação de narcotraficantes.

O governo brasileiro também promete fornecer à Bolívia um laboratório para investigar a lavagem de dinheiro obtido com a venda de drogas. “Tenho certeza que tudo isso dará frutos importantes para os dois países”, afirmou.

Soberania

Por meio de nota, o Ministério da Justiça já havia confirmado que o acordo prevê a participação dos Estados Unidos. Por telefone, Cardozo apenas comentou que a iniciativa não limita à participação de outros países, desde que respeitada a soberania e a autonomia de cada Estado.

Segundo a Agência Boliviana de Informação, a atuação conjunta servirá apenas para erradicar a produção boliviana de coca considerada excedente. No país vizinho, a folha da coca, além de bastante consumida na forma de chá ou mastigada in natura, é vista como uma planta medicinal e um patrimônio cultural.

Fonte: Agência Brasil