Seminário da FITmetal termina com saldo positivo

O Seminário Intersetorial da FITMetal terminou no domingo, 27 de março, com um saldo positivo na avaliação do presidente da FITMetal (Federação Interestadual de Trabalhadores Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil), Marcelino Rocha. Em números, o seminário encerrou com a participação de 33 sindicatos, 144 pessoas, sendo 132 dirigentes sindicais e 12 assessores de comunicação.

Na avaliação de Marcelino a participação da mulher ainda foi muito baixa, porém, admite que isso é um reflexo da realidade do movimento sindical, onde ainda poucas mulheres participam. Para Marcelino, a Federação está sendo “atrevida” nas suas ações em vista do pouco tempo de fundação (junho de 2010).

No último dia do seminário foi apresentado a proposta do layout do portal da FITMetal, criado pela agência de comunicação Século, representado por Guiomar Pratas. Guiomar destacou a importância da comunicação e da utilização das novas mídias sociais no movimento sindical. Para ela, as entidades de classe precisam se apropriar de todos os recursos que a internet possibilita para reforças as bandeiras da luta sindical, como a utilização do dos blogs, Facebook, do Twitter e da própria lista de e-mail para divulgar as ações promovidas. Aurino Pedreira, presidente do Sindicato dos Metalurgicos de Camaçari e Secretário Regional Norte/Nordeste da FITMetal, ressaltou que a FITMetal não pode apenas se comunicar com os trabalhadores, ela precisa se comunicar com toda a sociedade, já que as lutas travadas pela entidade têm impacto direto nas políticas públicas de trabalho no Brasil.

Também foram apresentados os resultados dos grupos de trabalho, realizado no sábado, 26, para discutir a realidade e as medidas a serem tomadas a médio e curto prazo para melhorar os problemas apontados nos setores automobilístico, naval, siderúrgico e de eletroeletrônicos. Uma grande bandeira foi levantada em prol da luta por construção de um contrato coletivo nacional de trabalho. Ainda há muitas disparidades entre os salários bases em todos os quatro setores representados no evento.

A precarização do trabalho, assédio moral, guerra fiscal, fim do fator previdenciário, investimento governamental nas empresas e o pouco investimento em formação do trabalhador foram alguns dos pontos comuns apresentados por cada grupo.
Jovens, mulheres, e a questão racial são pontos que foram observados e que merecem destaque nos próximos debates da Federação. Existe uma grande preocupação de como esses segmentos serão inclusos com qualidade no mercado de trabalho.

O Seminário Intersetorial foi organizado pela FITMetal com o apoio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) em conjunto com os sindicatos filiados à FITMetal, como os Metalúrgicos da Bahia.

FitMetal defende Contrato Coletivo Nacional para metalúrgicos

A defesa de um Contrato Coletivo Nacional para os metalúrgicos é uma das principais bandeiras de luta da Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FitMetal) definida no 1º Seminário Intersetorial da entidade, realizado entre os dias 25 e 27 de março em Salvador (BA). Presidida por Marcelino Rocha, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, a federação foi fundada por sindicalistas da CTB e CGTB.

O evento reuniu 30 sindicatos de nove diferentes estados (SP, MG, RJ, RS, PE, AM, ES, MA e BA) e foi considerado “um sucesso” por Marcelino Rocha. “O seminário cumpriu os objetivos. Debatemos a conjuntura nacional e internacional, os desafios do sindicalismo e contamos com a preciosa de especialistas do Dieese e do Ipea na análise dos diferentes segmentos da categoria e perspectivas da catagoria”.

Concepção classista

Fundada no dia 1º de junho de 2010, data da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat, ocorrida em São Paulo), a federação organizada pela CTB e CGTB representa hoje cerca de 350 mil metalúrgicos no país, incluindo operários dos setores automotivo, naval, siderúrgico e eletroeletrônico.

“A FitMetal surge para ser porta-voz de uma política nova, orientando-se por uma concepção classista do movimento sindical e defendendo a unidade mais ampla da categoria, o que implica ação conjunta das centrais sindicais. Não viemos para dividir, muito pelo contrário. Queremos a unidade com a CNM-CUT e a CMTC da Força Sindical”, salientou Marcelino.

Prevalece nos estados uma expressiva assimetria entre os trabalhadores, com notáveis divergências em relação a salários, jornada e condições de trabalho. O meio de corrigir isto, garantindo maior unidade dos trabalhadores e avanço nas conquistas, é a conquista de um Contrato Coletivo Nacional, segundo o dirigente sindical.

Desenvolvimento com valorização do trabalho

“Nós também prezamos a independência frente aos governos, patrões e partidos políticos. Apoiamos decididamente a eleição de Dilma, porém com autonomia e independência. Não concordamos com a atual política econômica, por exemplo, e não vamos nos furtar a criticá-la”, destacou.

O centro da luta estratégica da federação “é por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania e a valorização do trabalho”, explicou Marcelino, acrescentando que está na ordem do dia a batalha para tornar realidade a pauta da Conclat, destacando a luta pela mudança da política econômica, redução dos juros, redução da jornada de trabalho sem redução de salários, ratificação da Convenção 186 da OIT e fim do fator previdenciário. A FitMetal promete lançar, no prazo de 20 dias, um portal eletrônico para refletir as lutas e os problemas da categoria.