Publicado 28/03/2011 14:19 | Editado 04/03/2020 16:10

Antes da festa vermelha, com dança e música no Tentamen, sábado à noite, o PCdoB repartiu um bolo nesta sexta-feira, 25, no auditório da Aleac, e fez as contas de seus 89 anos de lutas desde a clandestinidade até sua participação na coalizão que levou Lula e Dilma à Presidência da República e a Frente Popular do Acre a 16 anos de poder no Estado.
Fundado em 25 de março de 1922, aos 60 anos o partido ainda estava na clandestinidade quando elegeu Manoel Pacífico como seu primeiro deputado no Acre em 1982, oculto pela sigla do antigo MDB. Em 1990 elegeu para deputado Sergio Taboada; em 1998, 2002 e 2006, elegeu Edvaldo Magalhães; em 2002/2014 elegeu Moisés Diniz para deputado estadual e Perpétua Almeida para a Câmara Federal e contabiliza, ainda, 21 vereadores e 9 vice-prefeitos no Estado. Em todo o Brasil, são 42 prefeitos, 66 vice-prefeitos, 608 vereadores, 15 deputados federais, 18 deputados estaduais, dois senadores e o ministro dos Esportes, Orlando Silva.
O deputado Eduardo Farias, presidente do Comitê Municipal do PCdoB
“Por isso, quando nos reunimos em tempos de paz para comemorar a consolidação do Brasil como uma das maiores democracias do mundo, não podemos deixar de lembrar nossos heróis que sucumbiram”, ressalta Farias, presidindo a Mesa de Honra da solenidade que adotou o slogan “89 Anos Fazendo o Brasil Avançar”.
Além de militantes históricos, como Rita Batista e o deputado líder do governo, Moisés Diniz, a Mesa de Honra teve participação dos deputados Élson Santiago (PP), presidente da Aleac, e Walter Prado (PDT), representando todas as bancadas da Casa.
Também participaram a presidente do Sindicato dos Correios, Susy Cristina, e a presidente da União da Juventude Socialista, Bárbara Ranielle , e Felismar Mesquista, presidente do Iteracre (Instituto de Terras do Estado do Acre), representando todos os comunistas que participam do governo do Estado.
O presidente estadual do partido, ex-presidente da Aleac, Edvaldo Magalhães, atualmente secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio, não pode participar, pois estava em missão pelo interior, assim como a deputada federal Perpétua Almeida, que presidia em Brasília uma reunião da Comissão de Desastres Naturais da Câmara Federal.
O deputado Moisés Diniz, vice-presidente estadual do PCdoB, representou Edvaldo e encerrou a solenidade classificando o partido como um velhinho de 89 anos em pleno vigor. “Nós apanhamos por muito tempo porque só entrávamos em buraco errado. A gente se espelhava na realidade dos comunistas de outros países, como o Leste europeu, Cuba, União Soviética e China. Se esquecia de olhar para o Brasil. Quando adequamos a teoria revolucionária marxista ao terreno brasileiro, à realidade material brasileira, aí o nosso partido começou a crescer”, comentou Moisés.
Ele lembra que o PCdoB tem uma história insofismável de luta em defesa do povo acreano. “Organizou sindicatos, movimentos juvenis, de cultura, de estudantes, ocupando terras improdutivas, presente nas aldeias indígenas e sendo parte do sal necessário no Parlamento. Atualmente dirige expressivos sindicatos de trabalhadores, do campo e da cidade e detêm razoável experiência administrativa na máquina do Estado”, contabiliza.
Felismar Mesquita, no comando do Instituto de Terras, e Henrique Corinto, na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, ocupam cargos considerados estratégicos para a implantação dos ideais socialistas no governo. “A participação do partido no governo com secretários, assessores, chefes de departamentos e divisões faz com que o PC do B dê uma direção mais à esquerda para este governo, levando o Estado para aqueles que mais precisam, aos rincões mais distantes. Estamos em uma frente de 14 partidos, ideias e concepções que se juntaram para dar mais qualidade de vida à população”, disse em seu pronunciamento.
A Juventude Socialista também se manifestou pelas vozes de Rafael, uma de suas lideranças, e de Suzy Cristina, do Sindicato dos Correios. Chico destacou que o partido está no governo, mas não abandonou a luta nas praças, bairros e na zona rural. Suzy lembrou de sua primeira aula de marxismo. “Quando os comunistas eram perseguidos, um professor nos disse que tudo o que eles queriam era o bem comum. Isso me marcou e hoje integro o quadro do PCdoB”, registrou.
Os deputados Walter Prado e Elson Santiago, segundo Eduardo Farias, se destacam entre os parlamentares que mais compreendem e respeitam o PC do B e o ajudam quando é necessário. Prado, do PDT, lembra que ambos os partidos têm muitas afinidades, já que buscam o crescimento do País pelo caminho do socialismo. Santiago, que surgiu na política pelo PT, preside a Mesa Diretora da Aleac com todo o apoio dos socialistas. “Não se pode deixar de participar de uma homenagem a um senhor de 89 anos que não foge de uma boa luta”, resumiu.