ONU denuncia agravamento da crise humanitária no Iêmen; e os EUA?
A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, pediu nesta segunda-feira o fim da violência no Iêmen e alertou que a instabilidade que atinge o país está piorando sua já "abalada" situação humanitária. Os Estados Unidos, que usam o pretexto da defesa dos direitos humanos para bombardear a Líbia, fazem ouvidos moucos diante da barbárie promovida pela ditadura, sua fiel aliada.
Publicado 28/03/2011 17:55
"O sofrimento prolongado e crônico no Iêmen significa que se continua necessitando urgentemente de ajuda humanitária", disse Amos, responsável do Escritório de Ajuda Humanitária da ONU (Ocha), que advertiu sobre o grande número de pessoas afetadas por conflitos internos.
A responsável dos Assuntos Humanitários da ONU explicou que "mesmo antes que se desencadeassem os atuais protestos, o país já estava enfrentando uma crise humanitária devido a um prolongado conflito no norte do país que deslocou 300 mil pessoas".
Amos se mostrou "especialmente preocupada" quanto aos problemas humanitários no Iêmen, país mais pobre da Península Arábica. Ela destacou que o país vem sofrendo com "escassez de água e alimentos".
Ela indicou que 31,5% da população iemenita não tem alimentação assegurada e que 12% – cerca de 2,7 milhões de pessoas – está em uma situação "realmente grave" no que se refere ao acesso a alimentos.
"Os recentes confrontos afetaram novamente centenas de pessoas que não se recuperaram ainda do conflito prévio", afirmou Amos, que pediu às partes em conflito que protejam a população civil e que permitam o acesso da ajuda humanitária às zonas mais afetadas do país.
O Iêmen é palco de protestos contra o regime tirânico de Ali Abdullah Saleh desde 27 de janeiro. As manifestações se intensificaram em meados de fevereiro passado, em meio à onda de reivindicações democráticas, sociais e econômicas que atinge grande parte do Oriente Médio e do norte da África.
O ditador do Iêmen, há mais de 30 anos no poder, é um fiel aliado do imperialismo, o que explica a dupla moral dos EUA, que bombardeiam a Líbia, assassinando centenas de civis, em nome da democracia e dos direitos humanos, e fazem ouvidos moucos diante das barbaridades cometidas pelo ditador Saleh. O único valor que realmente motiva a ação bélica de Tio Sam tem um nome: petróleo.
Com agências