Maia: críticas de Mendes ao Congresso foram no calor do debate
O presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT-RS), usou de diplomacia para responder, nesta sexta-feira, às declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que culpou o Congresso pela confusão a respeito da Lei da Ficha Limpa. Em Porto Alegre, Maia creditou as críticas ao "calor do debate", evitando aumentar a polêmica, mas também enviou um recado: "O Parlamento fez a sua parte e estou mais preocupado em olhar para o futuro."
Publicado 25/03/2011 14:46
Na quinta-feira, um dia após o STF decidir que a Lei da Ficha Limpa não vale para as eleições de 2010, Mendes, que foi o relator do projeto no Supremo, criticou o Congresso por ter aprovado a matéria em ano eleitoral (em maio do ano passado). Ao falar sobre o tema, o ministro afirmou que, ao tomar sua decisão, o STF mostrou que "não vai chancelar aventuras".
Questionado sobre se, a partir das próximas eleições, a Ficha Limpa poderá evitar casos como o da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), Maia preferiu não falar diretamente da parlamentar. "Vai ajudar a barrar quem não dialoga com o decoro. Mas o Congresso é a síntese do povo." Jaqueline, filha do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), foi flagrada num vídeo gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa, no qual recebe dinheiro de caixa-dois durante sua campanha a deputada distrital em 2006.
Reforma política
Maia, que em Porto Alegre participou da assinatura de um convênio com a Assembleia Legislativa gaúcha para a realização de parcerias e cooperação institucional, voltou a dizer que o desafio do Congresso para 2011 é a realização da reforma política. "A cada ano produzimos mudanças. Há um processo histórico em andamento", disse o deputado sobre demora para a concretização da reforma.
Mais uma vez, ele frisou que o sistema eleitoral, o financiamento público de campanha e a questão do voto obrigatório são pontos fundamentais da discussão. E assegurou que as duas comissões encarregadas de tratar do tema devem, em até 90 dias, formatar os projetos para serem votados entre o fim do primeiro semestre e o início do segundo.
Fonte: Terra