Com maiores reservas mundiais, Brasil poderá sofrer falta d´água
O Brasil, país com as maiores reservas de água doce do mundo, poderia viver um problema serio de abastecimento do líquido vital em data tão próxima como 2015, alertou nesta terça uma fonte oficial.
Publicado 22/03/2011 10:31
O informe Atlas Brasil-Abastecimento Urbano de Água, um diagnóstico apresentado pela Agência Nacional de Águas (ANA) adverte que em 2015, 55 por cento dos 5.565 municípios brasileiros poderiam apresentar déficite no abastecimento de água potável.
A escassez poderia atingir grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília, onde residem cerca de 125 milhões de brasileiros, ou seja, 71 por cento dos 191 milhões de habitantes desse imenso país sulamericano.
Divulgado por motivo do Dia Mundial da Água, o informe precisa que a maior parte dos problemas de abastecimento de água nos centros urbanos do país estão vinculados com a capacidade dos sistemas de produção.
O diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, apontou aos meios de imprensa locais que não é verdadeira a suposta cultura de abundância de água, pois a distribuição é absolutamente desigual.
Andreu insistiu no alerta do diagnóstico realizado porque nos mostra a necessidade de antecipar-se para evitar a situação crítica apresentada e que pode ocorrer em um prazo tão próximo como dentro de quatro anos.
Em contraste com a posse de 81 por cento das fontes e reservas de água doce do Brasil, as regiões Norte e Nordeste (onde reside oito por cento da população nacional) são as que têm os maiores problemas nos sistemas produtores, assinala a pesquisa da ANA.
Ele exemplifica que na região Norte menos de 14 por cento da população urbana conta com um sistema satisfatório de abastecimento de água potável, um índice que sobe até o nível preocupante de 18 por cento na semi-árida região Nordeste.
Para antecipar-se à crise que seu estudo anuncia, a ANA calculou em R$ 22 bilhões o investimento para financiar as obras necessárias, sobretudo nos grandes centros urbanos e nos territórios semi-áridos brasileiros.
Andreu espera que a advertência do diagnóstico do órgão que dirige conduza à elaboração de projetos integrais entre os diferentes órgãos executores e as autoridades em todos os níveis, porque ao longo do tempo, a planificação era feita apenas na esfera municipal.
Depois de reconhecer que o Brasil ainda não está entre as nações mais cuidadosas de sua água, o diretor-presidente da ANA assegurou que o país está nesse caminho e sublinhou que o informe apresentado "pode ser um instrumento para a mudança”.
Prensa Latina