Ivina Carla – Fora Luizianne no dia 1º de abril?

.

Quando penso que as forças sociais (até as de oposição) evoluíram na compreensão do processo de edificação da sociedade, deparo-me com mais uma barrigada da direta desequilibrada de Fortaleza: o fora Luizianne. Esse ato que exige a saída da gestora de Fortaleza está marcado para 1º de abril – dia em que os militares e a sociedade conservadora golpearam o povo brasileiro e depôs o presidente João Goulart. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Enquanto lutamos para que as pessoas reconheçam que esse período foi negativo para o País, que vidas foram vilipendiadas, perseguidas e torturadas, o grupo de oposição faz questão de relembrar, repetindo um ato, que deve ter total repúdio social.

Criticar a gestão da Luizianne Lins a meu ver é salutar. Afinal, reforço que a construção de uma gestão se faz com as forças de oposição, que são responsáveis também pela pressão, para que as políticas públicas sejam de fato efetivadas e essas forças devem existir para disputar o poder. Isso se faz legítimo dentro de um estado "democrático", em que estamos submetidos. Mas o que não dá pra compactuar é que esse ato de crítica e repulsa seja realizado no dia em que a nossa democracia foi destruída, quando iniciou o período truculento, de violência, instabilidade econômica, mortes e tantas outras mazelas causadas pela Ditadura Militar.

Penso que os movimentos sociais, resistentes ao Regime, que protagonizaram a abertura política, possam contestar em qualquer espaço esse tipo de manifestação. Não podemos deixar passar em brancas nuvens e conceber como legítimo um ato construído com a mesma premissa conservadora, maléfica e que só causou sofrimento ao nosso Brasil.

Talvez os condutores dessa algoz "manifestação" sejam os direitistas instalados na Câmara Municipal, que se forjaram representantes públicos, não por mérito ou reconhecimento popular, mas sim, porque se aproveitam das dores sociais causadas pelo sistema que eles mesmo defendem – o capitalismo, e ludibriam as pessoas menos favorecidas com sofismas. Desrespeitam um ambiente como a Casa do Povo, que deveria ser tida para a construção política e não local para disseminar ódio e ser usado de forma oportunista para favorecer a uma pequena elite de Fortaleza, que é o que esses vereadores tidos como oposição fazem. Portanto, reitero que qualquer semelhança nesse 1º de abril não é mera coincidência, e sim a voz da direita, inflamando seu autoritarismo e dizendo que quer retomar ao poder, seja através das eleições ou até mesmo de um Golpe.

Ivina Carla é estudante de Jornalismo da Faculdades Cearenses e integra a Comissão Estadual de Comunicação do PCdoB/CE

Fonte: Blog Socializando Ideias

Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Portal Vermelho