Fortaleza: Sessão Solene em alusão ao Dia Internacional da Mulher
A Câmara Municipal de Fortaleza, por iniciativa da Vereadora Eliana Gomes (PCdoB) realiza nesta terça (22/03), Sessão Solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O evento acontece no Plenário da Casa Legislativa e na ocasião prestigiará mulheres com dedicação à luta do povo e também servidoras públicas.
Publicado 21/03/2011 11:10 | Editado 04/03/2020 16:32
A iniciativa de consagrar mulheres no Dia Internacional da Mulher é uma forma de reconhecimento e também uma maneira de tornar público o trabalho de mulheres destacadas nos mais diversos segmentos. Para Eliana, esse reconhecimento é a prova de que o avanço do papel da mulher na sociedade é real e precisa ter um destaque social merecido. “Vamos mostrar mais uma vez a força e combatividade feminina, reforçando a imagem dessas mulheres que contribuem e lutam por um país mais jutos e igualitário”, completou.
Na ocasião também serão apresentados vídeos e o produto final das Rodas de Conversa com Mulheres de diversos bairros, promovido pela Vereadora Eliana Gomes, que teve como principal objetivo responder à pergunta: Como eu me vejo na Cidade? As participantes das oficinas elencaram problemas, mas também sugeriram alternativas para reforçar as políticas públicas de segurança, trabalho, educação, saúde e cultura.
Homenageadas
Das mulheres agraciadas na Sessão Solene estão Gilze Cosenza, Ivete Barros, Helena Frota, Ana Paula Girão, Andrea Oliveira, Raquel Viana, D. Ana Alves, Eliane Novais, Débora Lima, Mãe Valéria de Logun Edé e Mariana Lobo. Todas as escolhidas dedicaram suas vidas, em diferentes fileiras sociais, lutando por democracia, serviços públicos de qualidade, cultura e por dias melhores para o povo. Veja o perfil de uma das homenageadas:
Gilse Westin Cosenza
Em dezembro de 1943 nascia em Paraguassu, cidade do sul de Minas Gerais, a décima primeira filha do casal José Nicodermo Cosenza e Simone Westin Cosenza: Gilse Maria Westin Cosenza. Aos 10 anos estudou no colégio interno Santos Anjos, em Varginha e quanto terminou o ginásio, período em que ingressou no movimento estudantil, participando da criação da União de Estudantes Secundaristas de Varginha. Foi morar em Belo Horizonte com a avó para cursar o segundo grau. Fez exame de seleção e entrou para o Instituto de Educação, onde foi normalista e reforçando a sua ainda prematura militância política, criando o Grêmio do colégio e participando da primeira diretoria.
Aos 17 anos, conheceu a Juventude Estudantil Católica (JEC), movimento dos estudantes, ligado à ala progressista da Igreja Católica e no período de Jango lutava pelas reformas agrária, urbana, universitária e pela independência nacional contra o imperialismo. Gilse se forjou uma mulher para além do seu tempo, estudou, formou-se, casou de minissaia e revolucionou.
Em 1964 foi aprovada no vestibular da PUC-MG para o curso de Serviço Social. Em 1966, foi eleita vice-presidente do DCE da OUC-MG. Em 1967, saiu do DCE e foi eleita para a Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social, ligado a UNE. Neste mesmo ano, Gilse se formou, mas não pode colar grau porque temia ser presa, fazendo isso somente em 1980, depois da Anistia.
Teve prisão preventiva decretada em 1968 pela Ditadura Militar e, vivendo na clandestinidade, foi uma mulher aguerrida que incorporou vários papéis, tanto para sobreviver, como para atuar politicamente. Foi Márcia, a operária têxtil da fábrica Renascença em Belo Horizonte; Ceci, a lavradora sem-terra em um distrito de Coronel Fabriciano; Lea, a comerciária; Lia, a entrevistadora; Cecília, a fotógrafa e uma dezena de codinomes.
Gilse Cosenza passou a partir de então, sua vida na clandestinidade, com companheiro e suas filhas. Foi perseguida, presa e torturada pela Ditadura Militar. Gilse Cosenza chega ao Ceará no início da década de 80 e com outros camaradas fortalece o Partido Comunista do Brasil, sendo presidente da Comissão Provisória do Partido e logo depois Presidente do Comitê Estadual no Ceará por algumas gestões.
Gilse Cosenza faz parte da história do Ceará, um exemplo de mulher que ama seu país, que lutou e luta até hoje por soberania e justiça social, sendo capaz de sair da sua terra natal para enfrentar um dos períodos mais cruéis vividos pelo Brasil. Gilse Cosenza atualmente atua como coordenadora do núcleo mineiro do CEBRAPAZ (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), é Conselheira do Movimento Popular da Mulher e membro do Comitê Municipal do PCdoB de Belo Horizonte.
Serviço
Sessão Solene em alusão ao Dia Internacional da Mulher
Data: Terça-feira (22/03)
Hora: a partir das 14h30
Local: Plenário da Câmara Municipal de Fortaleza
Fonte: Assessoria da Vereadora Eliana Gomes (PCdoB)