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Kassab corre contra o tempo para garantir criação de partido

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), prepara-se para articular conversas neste fim de semana e garantir a concretização do novo partido, o PDB. Mesmo sem o apoio de antigos aliados que desistiram de acompanhá-lo na fundação da nova sigla, Kassab mantém o propósito de criação da nova legenda.

Até a convenção de terça-feira que definiu o senador Agripino Maia (RN) como novo presidente do DEM, havia disposição maior para convencer Kassab a continuar no partido. Agora, o diagnóstico do comando do DEM é de falta de espaço ao prefeito. Mesmo quem adotava um discurso conciliador, como o próprio Agripino, tem considerado que insistir na permanência de Kassab poderia ser prejudicial à unidade partidária.

Se antes Agripino defendia que Kassab ficasse, sua posição agora é de cautela. "Não tenho nada para falar sobre isso", afirmou Agripino ao ser questionado se ainda havia espaço ao prefeito no DEM. Até esta quarta-feira (16), Kassab nada havia informado à legenda. O prefeito prometera telefonar a Agripino antes da convenção de terça-feira para comunicar se iria ficar no DEM ou se desfiliar dele.

Para o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), um dos que mais se opuseram à movimentação de Kassab, não há condição de o prefeito ficar na sigla. "As coisas evoluíram de uma maneira tão negativa que é muito difícil a permanência dele — a convivência seria muito difícil. O sentimento era de que estávamos sendo destruídos por dentro", afirmou.

Segundo Lorenzoni — que teve como companheiros de oposição a Kassab o ex-presidente do DEM e deputado federal Rodrigo Maia (RJ), o lider da bancada do partido na Câmara, ACM Neto, e o deputado Ronaldo Caiado —, o prefeito "iniciou um processo de destruição" ao anunciar, logo depois do segundo turno de 2010, que o DEM havia acabado.

"Não quero me fundir com PSB, PMDB ou muito menos virar governo. Até porque tem que haver compostura em política", completou o deputado. "O partido que se deu melhor na oposição foi o DEM. É tão nobre ser oposição quanto ser governo — 43 milhões de brasileiros votaram na oposição e temos que representá-los."

Para criar o PDB, Kassab terá que recolher 490,3 mil assinaturas de apoio em pelo menos nove Estados em um prazo curto. Até outubro, a Justiça Eleitoral teria de aprovar sua fundação como condição para participar nas eleições 2012. O período de filiação acaba em setembro.

Da Redação, com informações do Valor Econômico