Rua cheia de cores e bandeiras em comemoração ao Dia da Mulher
Com costumeiro céu nublado e garoa fina na cidade de São Paulo, porém diversas entidades e movimentos sociais lotaram as ruas da capital, neste sábado (12) com cartazes, faixas e a bandeira “Por autonomia e igualdade! Contra o machismo e capitalismo” que foi o tema da manifestação.
Publicado 13/03/2011 10:39 | Editado 04/03/2020 17:17
No primeiro ato do Dia Internacional da Mulher após a eleição da Presidenta Dilma, representantes das entidades direcionaram as suas falas ao governo federal e exigiram seus direitos como melhores condições de trabalho, equiparação de salários, fim do fator previdenciário, reforma urbana, e até mais vagas em creches.
Os cartazes exibiam também palavras de ordem onde as mulheres chamavam atenção da população para o uso com fins comerciais do corpo nos meios de comunicação, contra a violência doméstica e pelo direito à diversidade.
“O simples fato de eleger não resolve os nossos problemas, mas também não podemos negar o fato histórico de ter a primeira mulher na presidência da república. Queremos que ela continue a política de colocar a mulher como a principal responsável em programas de distribuição de renda e moradia”, ressaltou Rozina Conceição de Jesus, presidente da União Brasileira de Mulheres.
Ativistas de várias idades compuseram o ato. Entusiasmada, Aurelina Santos Alves, disse que não perderia aquele momento por nenhum outro compromisso. “É uma luta do povo, é uma luta nossa. Eu não deixaria de participar para fazer as tarefas de casa, sou eu quem escolhe”, declarou a militante que tem 82 anos.
Presença maior do público masculino
Diferentemente de atos anteriores, diversos homens acompanharam a manifestação. “Nós homens precisamos ajudar a mulher em tudo, seja na criação do filho, no cuidado do lar e na discussão sobre os direitos da mulher. Eu melhoro como ser humano e contribuo para que possa ter um equilíbrio e uma sociedade avançada”, afirmou o músico Zulu de Arrebatá.
Origem do marco
A comemoração do dia 8 de março nasceu das fileiras mais avançadas do movimento político internacional. A alemã Clara Zetkin junto com 100 mulheres de 17 países diferentes, propuseram em 1910, durante a Segunda Conferência das Mulheres Socialistas a data para marcar a luta pelos seus direitos.
Na conferência Zetkin bradava: “As socialistas de todas as nações organizarão um Dia da Mulher específico, cujo primeiro objetivo será promover o direito de voto das mulheres. É preciso discutir esta proposta ligando-a a questão mais ampla das mulheres numa perspectiva socialista".
No Brasil várias mulheres protagonizaram a história e lutaram por seus direitos. Em 1.830, Nísia Floresta era ícone dessa luta, assim como outras mulheres que pegaram em armas para defender o país, entre elas, Clara Camarão que combateu os holandeses no nordeste, Maria Quitéria, guerreira da Independência e Anita Garibaldi, que lutou em terras brasileiras e italianas.
Para Ana Martins, “é importante que nós continuemos a luta das mulheres do mundo e do Brasil, tendo como rumo o socialismo, único sistema político capaz de por fim ao machismo e autoritarismo”, disse a secretária de mulheres do PCdoB/SP.
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De São Paulo, Ana Flávia Marx