Greve dos trabalhadores da construção civil completa um mês
Sem acordo com as empresas, a greve dos trabalhadores da construção civil da Bahia completou 31 dias nesta sexta-feira (11/3). Os operários aguardam agora o julgamento do dissídio coletivo que deve acontecer na próxima quinta-feira, quando a categoria se reúne em assembléia para definir os rumos do movimento.
Publicado 12/03/2011 07:50 | Editado 04/03/2020 16:19
“Não chegamos a um acordo nem sobre o reajuste, nem em relação aos dias parados. Nós pedimos 15%, eles oferecem 6,47% e ainda querem descontar os dias parados dos peões. Deste jeito não tem como ter acordo”, informa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom), José Ribeiro.
O movimento teve início no dia 10 de fevereiro. Os trabalhadores, que começaram reivindicando reajuste salarial de 18,76%, reduziram para 15%, e já aceitam a proposta da mediação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, de reajuste salarial de 8% a partir de 1º de janeiro e mais 4% a partir de 1º de março, num total de 12%, desde que os patrões respeitem a proporcionalidade das horas extras, na compensação dos dias parados.
Mas os empresários do setor não concordam com a proposta e continuam oferecendo apenas 6,47% de reajuste, que seria a reposição da inflação do período, além da compensação de todos os dias parados.
Com o impasse, os trabalhadores aguardam agora a decisão da Justiça do Trabalho sobre a questão. “O setor da construção cresceu o ano passado em média 11% no Estado, estima-se para este ano o crescimento acima da média do ano de 2010. A nossa expectativa é que o Tribunal reconheça que este crescimento também deve beneficiar os trabalhadores. Vamos nos reunir no largo de Nazaré para esperar o julgamento do dissídio e só então votar os rumos das greve”, concluiu José Ribeiro.
De Salvador,
Eliane Costa