Record não fará proposta ao Clube dos 13 por futebol
A Rede Record, de forma surpreendente, anunciou na manhã desta sexta-feira (11) que desistiu de fazer proposta ao Clube dos 13 pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, no triênio 2012-2014. A decisão deixa o caminho livre para que a Globo continue a “reinar” no futebol brasileiro.
Publicado 11/03/2011 12:22
A emissora era tida como o principal concorrente da Globo na luta pelos direitos televisivos do principal torneio do Brasil. Acreditava-se que o canal sediado em São Paulo poderia desembolsar quase R$ 1 bilhão para as transmissões em TV aberta por apenas uma temporada.
No comunicado oficial emitido, a Record não poupou críticas ao Clube dos 13, aos clubes dissidentes e, novamente, ao canal da Família Marinho. Em um dos trechos, a emissora diz “não aceitar participar de um jogo com cartas marcadas”.
A Record deixa explícito que o C13 não honrou o modelo de negociação proposto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em 2010, o órgão acabou com os privilégios da Globo, sob argumentação de que havia prática de cartel. Depois propôs que os direitos fossem negociados com quem pagasse mais.
Não bastasse isso, a Record também disparou contra os clubes dissidentes (Corinthians, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Palmeiras, Santos, Grêmio, Vitória e Goiás). Afirmou que “alguns clubes” revelaram ter pré-acordo com outra emissora (leia-se Globo), e não poderiam abrir nova negociação.
Por fim, embora tenha declarado que não entrou na licitação para transmitir o Brasileirão, através do Clube dos 13, a emissora paulista avisou que está aberta para negociar diretamente com os clubes que tiverem interesse.
Confira na íntegra o comunicado da Record:
Mas, infelizmente, a concorrência dividiu o C13. A entidade ficou fracionada em clubes que defendiam o processo iniciado com a carta convite, agremiações que pretendiam negociar os direitos em separado e aqueles que vieram a público pedir a total desvinculação do processo e do agrupamento.
Alguns clubes, antes de ouvir qualquer proposta por parte da Record, já indicam que tem acordos pré-acertados com outra emissora. Os responsáveis por estes acordos que prejudicam os torcedores, clubes e patrocinadores devem vir a público para revelar como foram as negociações e qual o valor acertado previamente, sem concorrência, sem transparência e baseados nos mesmos princípios que ajudaram a reduzir o poder dos clubes, prejudicaram o faturamento das agremiações, limitaram a exposição de patrocinadores e impuseram horários estranhos para a prática do futebol, além de transformar o mais popular esporte do País num mero exportador de talentos. Diante desta atitude a Record informa que não aceita participar de um jogo com cartas marcadas.
O quadro, neste momento, gerou incerteza jurídica. Diante disso, não há convicção de que a proposta vencedora tenha os direitos de transmissão dos jogos de todos os clubes. Há ainda a possibilidade de que uma agremiação possa abandonar o C13 enquanto o contrato ainda estiver em vigor. Assim, a Record decidiu não apresentar proposta ao Clube dos 13.
A emissora volta a manifestar seu desejo de participar da concorrência democrática, caso os clubes entrem em acordo, garantindo estabilidade jurídica a quem apresentar a melhor proposta E se os clubes desejarem seguir numa negociação em separado, a Record reafirma que pretende apresentar propostas com padrões de transparência e regras claras.
Mais uma vez, esta é a forma que a Record encontra para contribuir com a evolução e o desenvolvimento do futebol brasileiro, proporcionando uma transmissão de primeira do esporte preferido da nação.
São Paulo, 11 de março de 2011.
Central Record de Comunicação