Mulheres recebem homenagem no carnaval da Bahia
Na mistura de ritmos e tribos que é o carnaval da Bahia, o Dia Internacional da Mulher, 8 março, não foi esquecido, sendo comemorado na terça-feira, último dia da folia. Em Salvador, diversos artistas, blocos e trios homenagearam as mulheres de cima do trio elétrico.
Publicado 11/03/2011 07:30 | Editado 04/03/2020 16:19
A importância da contribuição feminina para a sociedade e o combate à violência doméstica foram os principais temas abordados durante as homenagens, mas teve espaço também para o reconhecimento da trajetória de mulheres de vários segmentos e algumas destacadas na política.
Foi o que aconteceu com a vereadora Olívia Santana (PCdo), que foi homenageada pelos blocos Araketu e Ilê Aiyê, em reconhecimento à sua militância em defesa dos direitos da população negra e pobre de Salvador. “Para mim este foi o melhor carnaval que eu já tive. Ser homenageada pelo Araketu em pleno circuito do Campo Grande, o mais tradicional da cidade, ter sido escolhida pelo Araketu pela minha trajetória de luta, de batalha pelos direitos das mulheres e contra o racismo foi um grande reconhecimento. Me senti muito honrada em ser lembrada juntamente com a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, e a empresária Flora Gil”, falou Olívia.
Também na terça-feira, Olívia foi escolhida para falar em nome das mulheres de Salvador durante a passagem do bloco afro Ilê Aiyê pela Praça Castro Alves. “Fiz uma fala de combate à violência contra a mulher e me surpreendi com a reação do público, que aplaudiu calorosamente a minha fala. Olha que eu fiquei apreensiva, já que parar a música em plena Castro Alves na terça de carnaval para fazer fala política foi um grande desafio. Mas, conclamei a população a defender a Lei Maria da Penha e recebi muito apoio do público”, acrescentou a parlamentar.
Já Lídice da Mata, a primeira mulher eleita senadora na Bahia, foi homenageada em pleno Campo Grande, no desfile do bloco Olodum, representando a luta por mais mulheres nas várias instâncias políticas da sociedade. O Olodum arrasou na avenida em suas coreografis e ritmo dos tambores.
Em vários momentos da festa, as cantoras Ivete Sangalo, Cláudia Leite e Daniela Marxury fizeram questão de lembrar as lutas e conquistas femininas, além de pedirem o fim da violência contra a mulher. “Violência é coisa de bicho. Em mulher não se bate, se toca”, declarou Ivete, para delírio da multidão.
No Pelourinho, circuito alternativo da festa, a última noite do carnaval homenageou as mulheres. Enquanto no palco principal instalado no Largo do Pelourinho tocava a banda Didá, formada somente por mulheres, nos largos, as mestres de cerimônia elencavam aspectos da mulher moderna: guerreira, amante, artista, competente, dinâmica, criativa. Durante toda a noite aconteceram apresentações de cantoras e blocos femininos, em referência ao reinado das mulheres no 8 de Março.
De Salvador,
Eliane Costa