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China debate em conferência problemas e desafios da atualidade

Com o início quinta-feira (3) da sessão anual da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, os debates sobre os programas, desafios e estratégias para manter o desenvolvimento sócio-econômico cobram mais atualidade na China.

Esse órgão está integrado por personalidades e especialistas que assessoram o governo, hoje ocupados na análise do Plano de Desenvolvimento Sócio-Econômico para o período 2011-15, documento orientador das ações para o período recém iniciado.

Novo ponto de partida destes debates foi o relatório sobre o trabalho realizado em 2010 pela referida Conferência (CCPPCh), apresentado por seu presidente, Jia Qinglin, em sessão presenciada pelo mandatário chinês, Hu Jintao, e outras autoridades.

De acordo com o orador, essa entidade fez importantes contribuições para responder a múltiplos riscos e desafios, promover um desenvolvimento sócio-econômico rápido e saudável e elaborar a formulação científica do XII Plano Quinquenal.

Neste ano, essa organização convocará encontros especiais de seu Comitê Permanente com vistas a deliberar sobre como acelerar a reestruturação econômica e fomentar o avanço da nação mais povoada do mundo.

Muitos destes temas, incluídos problemas como a inflação, elevados preços das moradias, desigual distribuição da riqueza, entre outros, dominam a realidade do país há algumas semanas.

Primeiro foram analisados pela direção do Partido Comunista e depois abordados pelo premiê, Wen Jiabao, em um diálogo com internautas no passado domingo, sem deixar de aparecer em pesquisas de opinião.

Em duas das últimas pesquisas, nas quais participaram quase um milhão de cidadãos, entre os principais problemas apontados se citaram a luta contra a corrupção e o desemprego.

A atenção a todas essas preocupações e as soluções que impõem constituem renovados desafios para as autoridades ao se iniciar o XII Plano Quinquenal, que será debatido pela Assembleia Popular Nacional a partir do próximo sábado.

Entre as projeções desse documento destaca-se a meta de um crescimento anual do 7%, 0,5 por cento abaixo da do quinquênio anterior, que foi superada pela realidade. O país cresceu, em média, mais de 9% ao ano no período.

A cifra corresponde-se com a estratégia de priorizar a qualidade do desenvolvimento mediante a transformação do modelo de desenvolvimento para garantir uma expansão econômica sustentável. O modelo atual é muito dependente das exportações e investimentos.

Outros objetivos fixam o combate à inflação como a máxima prioridade do governo. O Índice de Preços ao Consumidor registrou altas interanuais de 5,1% em novembro, a maior em 28 meses, de 4,6% em dezembro, de 4,9% em janeiro e de 3,3% em 2010, esse último ligeiramente acima do topo proposto.

Para aliviar o problema da moradia prevê-se a construção de 36 milhões de residências de baixo custo até 2015, enquanto a luta contra a corrupção reforça-se, segundo as autoridades.

Há uns dias Liu Zhijun foi destituído como ministro de Ferrovias por supostas "graves violações da disciplina", caso com o qual se exemplificou a determinação do Governo e do Partido de punir os servidores públicos envolvidos em situações desse tipo.

A China entra assim em uma nova etapa enfrentando novos desafios, que precisa vencer a fim de garantir a estabilidade social, condição impostergável para manter seu desenvolvimento, agora como segunda economia do mundo depois de deslocar a Japão no ano passado dessa posição.

Fonte: Prensa Latina