Revolta no OM faz petróleo subir 8,5% em Nova York; bolsas caem
Os preços do petróleo fecharam em alta em Nova York e estáveis em Londres, ante o aumento da violência na Líbia, importante produtor do combustível. A alta ocorre apesar da promessa dos países exportadores de petróleo de tranquilizar o mercado sobre a oferta. A instabilidade no Oriente Médio também contribuiu para a queda das bolsas de valores nos EUA.
Publicado 22/02/2011 20:08
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em março fechou em 93,57 dólares, em alta de 7,37 dólares (+8,55%) em relação à sexta-feira.
Este contrato, em seu último dia de cotação, alcançou durante o dia 94,49 dólares, seu maior nível desde o início de outubro de 2008. Os mercados permaneceram fechados na segunda-feira nos Estados Unidos.
No IntercontinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril ganhou 4 centavos, a 105,78 dólares, após alcançar 108,57 dólares, valor que não atingia desde 4 de setembro de 2008.
Instabilidade
"O mercado continua sujeito à instabilidade no Oriente Médio e, em particular, na Líbia", constatou John Kilduff, da Again Capital.
"A violência sobre a população, (Muamar) Kadhafi que perde o controle em certas regiões, a deserção de alguns militares e inclusive no corpo diplomático: vê-se uma escalada que torna provável que o mercado petroleiro perca – pelo menos provisoriamente – o 1,1 milhão de barris diários que a Líbia produz", acrescentou o analista.
Os preços perderam brevemente seus lucros quando a Arábia Saudita declarou-se disposta "a aturar imediatamente" para paliar qualquer redução da oferta.
"Há inquietações e medo no mercado, mas não há escassez por enquanto", disse Ali ben Ibrahim al-Nuaimi, ministro do Petróleo do reino, que é, de longe, o maior produtor da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Bolsas desabam
A Bolsa de Nova York fechou nesta terça-feira em forte queda, em meio às revoltas no mundo árabe, em particular na Líbia: o Dow Jones perdeu 1,44% e o Nasdaq, 2,74%. O Dow Jones Industrial Average caiu 178,46 pontos, a 12.212,79 e o Nasdaq, 77,53 pontos, a 2.756,42 unidades. O índice ampliado Standard & Poor's 500 perdeu 27,57 pontos (2,05%), a 1.315,44 pontos.
Após a volta de um longo e difícil feriado, o mercado viu-se afetado "pelo que está ocorrendo no mundo árabe e pelo impacto sobre os preços da energia em alta", declarou Mace Blicksilver, analista da Marblehead Asset Management. "É difícil determinar o impacto por enquanto", acrescentou.
Apesar disto, há notícias positivas. A confiança dos consumidores alcançou em fevereiro seu maior nível em três anos, segundo o instituto Conference Board, e a atividade manufatureira em Richmond (Virgínia, leste) se acelerou.
Já o mercado imobiliário continua em declínio. Os preços caíram pelo sexto mês consecutivo em dezembro, segundo a pesquisa mensal da Standard and Poor's e Case-Shiller. Os índices recuaram muito após alcançar seus níveis mais altos em dois anos e meio na semana passada.
"Os analistas estão invocando uma correção no mercado de valores. É impossível saber qual será a correção específica no mercado, que se vê agravado pela situação no Oriente Médio, até que uma das variáveis não apareça", disse Lindsey Piegza.
Com agências