CMS convoca plenária e aumenta tom de pressão sobre o governo
A Comissão Operativa da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) aprovou a realização de uma Plenária Nacional no dia 25 de fevereiro, na capital paulista, com o objetivo de planejar as ações unitárias de 2011. A secretária de movimentos sociais do PCdoB e representante da União Brasileira de Mulheres (UBM) na CMS, Lúcia Stumpf, fala sobre o papel desta plenária e das mobilizações em pauta para 2011.
Publicado 16/02/2011 18:20
A CMS começa o ano bastante reforçada. Dezenas de entidades participaram da sua primeira reunião de 2011, ocorrida em 26 de janeiro. O movimento social demonstrou que está disposto a mobilizar e que tem condições de fazer grandes lutas no ano de 2011, "para pressionar por um rumo mais avançado e progressista desse governo que ainda não deixou claro o seu projeto", como afirma a representante da União Brasileira de Mulheres (UBM) na CMS, Lúcia Stumpf.
"O movimento social está tensionado e tem uma pauta extensa, a começar por essa plenária de fevereiro. Há disposição para fazer muita luta, para participar das conferências e para exigir um espaço mais qualificado de diálogo com o governo", avalia Lúcia, que participa das mobilizações em Brasília pelo aumento real do salário mínimo nesta quarta-feira (16), data em que o assunto é votado pelo Congresso Nacional.
Interlocutor privilegiado
A feminista, que é também secretária de movimentos sociais do PCdoB, explica que a plenária de 25 de fevereiro tem por objetivo pautar grandes mobilizações unificadas em 2011, como forma de apresentar as demandas e impor a presença dos movimentos sociais na pauta política nacional. "O governo Dilma tem composição heterogênea e até hoje não demonstrou convicção em realizar transformações ou em aplicar reformas estruturais importantes, que são frequentemente pautadas pelos movimentos sociais. O papel dos movimentos sociais diante deste governo terá que ser conquistado com luta, nas ruas. Precisamos conquistar o respeito e o lugar de interlocutor privilegiado a partir da pressão que construiremos no próximo período".
Rosane Bertotti (CUT), durante sua intervenção: "este é o ano dos movimentos sociais" |
Opinião parecida tem a representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na coordenação, Rosane Bertotti. Ela avalia que “este é o ano dos movimentos sociais, que devem elevar o seu protagonismo através de um amplo processo de articulação. É assim que conseguiremos estabelecer relações de diálogo com os governos, seja o federal, os estaduais ou municipais, e apresentar a nossa pauta, o nosso projeto de desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho”.
Além da plenária do dia 25 de fevereiro, a última reunião da CMS decidiu, também, solicitar uma audiência da presidente Dilma com os movimentos sociais e reafirmar as pautas contidas no Projeto Brasil, que é a plataforma dos movimentos sociais para o desenvolvimento do Brasil. O Projeto Brasil foi entregue à presidente Dilma ainda durante o período eleitoral e serve como norteador das ações unificadas da CMS.
Choque de realidade
Para Lúcia, a plenária nacional deve pautar "sensibilizar o povo" e dar um "choque de realidade" no governo Dilma: "ficou claro na reunião da CMS é preciso que os movimentos sociais dêem um choque de realidade no governo, demonstrando que nós existimos e que a pauta dos movimentos sociais está muito longe de ser superada. Afirmar, enfim, que nós não estamos satisfeitos. Precisamos sensibilizar o povo para sair às ruas junto com o movimento, para reivindicar, para conseguir ter o resultado esperado nas transformações efetivas, que é a construção das reformas democráticas e estruturais que a gente pretende implementar no Brasil", afirmou a dirigente.
Serviço:
Plenária Nacional da CMS
Data: 25 de fevereiro (sexta-feira)
Local: Auditório da Apeoesp (Praça da República, 282 – São Paulo, SP)
De São Paulo, Luana Bonone