Dengue: Rede de assistência ao paciente se prepara para epidemia
A rede de assistência do Ceará está mais estruturada para uma possível epidemia de dengue em 2011 do que estava em 2008, quando o Estado registrou 44.508 casos da doença, com 23 mortes por dengue hemorrágica.
Publicado 10/02/2011 10:30 | Editado 04/03/2020 16:32
A opinião foi consensual entre gestores de hospitais e das secretarias da Saúde do Estado e de Fortaleza, reunidos na manhã desta quarta-feira, 9 de fevereiro, no auditório Waldir Arcoverde, da Sesa, com o objetivo de reforçar a assistência aos pacientes com dengue na capital e no interior. ¨ Isso não significa dizer que a rede, incluindo hospitais e unidades públicas e privadas, não precisem se preparar ainda mais para oferecer diagnóstico precoce e assistência de qualidade, evitando óbitos¨, observou o secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos.
UPAs e Hospital da PM
Ele destacou que a rede pública de assistência será reforçada com as quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24 Horas), que estão prontas para serem inauguradas em Maranguape e nas Regionais III, V e VI, em Fortaleza, com um total de 48 leitos, e ainda com a integração do Hospital da Polícia Militar, com 100 leitos, à rede de unidades da Sesa. No interior do Estado, o Hospital Regional do Cariri (HRC), com inauguração prevista para o próximo mês, garantirá mais 294 leitos para a região sul do Estado, que, em parte, podem ser utilizados para acolher e tratar pacientes com dengue em situações mais grave.
Alerta à pediatria
No Ceará, há uma tendência persistente de aumento proporcional do número de casos de dengue em menores de 15 anos. Por essa razão, o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca, orientou os hospitais particulares da rede complementar a atualizarem os pediatras no manejo dos pacientes. Ele lembrou que na epidemia de 2008 a Secretaria da Saúde lançou nota técnica orientado que todos os casos de virose sejam tratados como dengue e recomendou que os hospitais particulares formem estoques de soro oral, fundamental para a hidratação dos pacientes. Arruda Bastos garantiu que soro não será problema. O abastecimento está garantido.
Prevenção
Ao mesmo tempo em que alerta os diretores de hospitais sobre a necessidade de reforçar a estrutura de assistência aos pacientes com dengue, os gestores da saúde pública incrementam as ações de prevenção para reduzir os índices de infestação do mosquito. Afinal, é recorrente a frase entre os especialistas em dengue de que ¨só existe a doença porque existe o mosquito¨. Ciente disso, a Sesa, como gestora da saúde pública estadual, avança nas mobilizações para atingir o máximo de donas de casa, trabalhadores, professores, empresários comprometidos em evitar a mutiplicação do Aedes aegypti, que transmite a doença. A mais nova mobilização é com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará. De 28 deste mês a 4 de fevereiro a FIEC, com apoio da Sesa e da Secretaria de Saúde de Fortaleza, fará mobilizações contra a dengue nas indústrias localizadas em Fortaleza, Maracanaú, Horizonte, Juazeiro do Norte e Sobral. Os trabalhadores irão trabalhar durante os cinco dias com adesivos, aventais, capacetes trazendo o tema da campanha "Indústria sem dengue". Nos canteiros de obras tapumes exibirão adesivos gigantes para alertar, além dos operários os pedestres e motoristas que circularem nas imediações.
Fonte: Sesa