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CGTB: "centrais sindicais estão coesas e dispostas a lutar"

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, lançou uma nota nesta quarta-feira (9) em que reafirma sua posição sobre o salário mínimo e lamenta a conduta do governo. Também nesta quarta, a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) lançou uma outra nota, repudiando as declarações do ex-presidente Lula, em Dacar, de que a bandeira do mínimo de R$ 580 seria oportunista. As seis centrais se unificam com outros movimentos para realizar atos na próxima semana.

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"O debate em torno do salário mínimo é mais profundo do que parece. Além de não ser uma decisão econômica, ele representa qual será a direção política do governo: de um lado uma política arcaica, monetarista e míope e, de outro, o caminho da mudança dotado de mecanismos mais eficazes para combater inflação, porém menos prejudicial para a produção", destaca Neto em sua nota.

O dirigente ainda tem esperança de que o rumo das negociações seja alterado e enfatiza que as centrais sindicais estão coesas e dispostas a lutar em qualquer terreno para assegurar que o poder de compra trabalhador brasileiro continue aumentando. Segundo Neto, os argumentos do governo para não conceder o aumento do mínimo são muito frágeis. "Dizem que o governo não tem dinheiro. Contudo, injetar dinheiro no mercado interno gera mais arrecadação do que gasto. De cada R$ 1 colocado no mínimo, 56 centavos retornam. Alegam risco de inflação, mas sabemos que a inflação não é de demanda, ela é importada. Nos acusam de quebrar o acordo, o que não é verdade, pois se tem alguma coisa que preservamos é acordo, é palavra. E nós tivemos o compromisso do governo de que teríamos aumento real em 2011", salienta.

O presidente da CGTB critica, ainda, a postura do governo em relação às centrais: “o governo está inflexível, está tentando obter uma vitória contra os trabalhadores e contra o povo mais sofrido do nosso país. Nestes termos, todos saem perdendo, especialmente o Brasil, que interrompe o processo de ampliação da renda dos mais pobres. O governo está cometendo um grave erro", disse Neto no documento.

Lula foi infeliz ao criticar as centrais

Comprovando a coesão das centrais alegada por Neto, a Nova Central lançou uma outra nota, também nesta quarta (9), em que afirma que o ex-presidente Lula “foi infeliz ao criticar as centrais sindicais, chamando-as de oportunistas por defenderem um salário mínimo de R$ 580”. A nota reafirma a independência do movimento sindical e valoriza o passado de liderança sindical no ABC do ex-presidente Lula.

O documento reforça, ainda, a importância da garantia de aumento real do salário mínimo: “valorização do salário mínimo, correção da tabela do imposto de renda e reajuste para os aposentados, (…) se tratam de medidas fundamentais para minimizar a trágica realidade da distribuição de renda no país”, diz a nota, que cita também a promessa da presidente Dilma Rousseff de erradicar a pobreza à miséria para ressaltar o quão dramática é a desigualdade social no Brasil.

Coesão

Nessa linha de argumentação, de que o aumento real do salário mínimo é um instrumento de combate à desigualdade, as centrais seguem unificadas na luta pelo mínimo de R$ 580, assim como aumento de 10% para os aposentados e as aposentadas e correção da tabela do Imposto de Renda em 6,47%. Na próxima semana, as centrais prometem fazer mobilizações unificadas com outras entidades do movimento social por todo o país, em defesa do mínimo de R$ 580.

Da redação, Luana Bonone, com informações da CGTB e da NCST