Dólar tem 2ª maior queda percentual do ano e fecha a R$ 1,667
O dólar comercial levou quatro dias para subir 0,96%, mas apenas no pregão desta terça-feira (8) perdeu 0,77%, segunda maior queda percentual do ano, para encerrar negociado a R$ 1,667 na venda.
Publicado 08/02/2011 17:40
As vendas aconteceram desde o começo do pregão, mas ganharam intensidade no começo da tarde. Mais precisamente após o primeiro leilão de compra à vista do Banco Central (BC) por volta das 12h40.
Logo após a operação, correu pelas mesas que o BC não teria comprado todo o lote de moeda ofertado ou não teria aceito alguma taxa proposta. O que teria levado agentes a vender moeda no mercado.
Tal percepção ganha algum respaldo no giro do mercado interbancário. Que até as 13 horas estava ao redor de US$ 900 milhões, mas encerrou o dia na linha de US$ 2,5 bilhões.
Mais palpável que essa percepção dos agentes foi a presença de um grande banco adotando firme postura vendedora de dólar. Outra conversa nas mesas é que está programada uma entrada de US$ 1,5 bilhão referente a ofertas de ações.
Na roda de pronto da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) o dólar pronto cedeu 0,20%, para R$ 1,6755. O volume caiu de US$ 244,75 milhões para US$ 209 milhões.
Também na BM&F, o dólar para março apresentava baixa de 0,85%, a R$ 1,673, antes do ajuste final de posições.
Além dos fatores domésticos, o diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, apontou que o ambiente externo estava propício à venda de dólares.
O euro retomou a linha de US$ 1,36. E na Ásia, varias moedas testaram preços não registrados em muitos anos ante o dólar. O sul coreano won, por exemplo, atingiu cotações não observadas desde meados de 2008.
Fora isso, Knauer chama a atenção para o posicionamento dos agentes do mercado futuro. Desde o começo do mês, os estrangeiros vendem dólares na BM&F. “Esse tipo de posição acaba pressionando o dólar”, disse.
Até o pregão de ontem, o estoque vendido (que ganha com a queda do dólar) somava US$ 6,13 bilhões. Agora em fevereiro o não residente já vendeu US$ 5,12 bilhões em contratos futuros.
Já os bancos estão na ponta comprada (ganha com a alta do dólar), mas o estoque é de apenas US$ 1,88 bilhão. O grande comprador de dólar no mês são as “outras pessoas jurídicas financeiras”, com estoque de US$ 5,08 bilhões.
Fonte: Valor