Agricultura brasileira busca ser cada vez mais verde
Soluções que já existem, mas precisam ser melhor difundidas, devem tornar a agricultura brasileira mais amiga do ambiente. Para realizar essa tarefa, o governo federal irá intensificar a promoção de eventos de divulgação de tecnologia e capacitação de técnicos e produtores.
Publicado 29/01/2011 10:46
As técnicas de boas práticas agropecuárias estão fundamentadas na melhoria na gestão de propriedades, uso racional de insumos e recursos hídricos, controle sanitário e ações de bem-estar animal. Uma das linhas de atuação é reduzir a emissão de gases de efeito estufa e fomentar a produção de orgânicos.
O incentivo a usar agrotóxicos menos agressivos passa pela autorização de venda. Os pedidos de registro de produtos biológicos (não derivados de petróleo) são aprovados rapidamente, entre oito a 15 meses, pelos ministérios da Agricultura (Mapa), Meio Ambiente (MMA) e Saúde (MS). No caso dos convencionais (petroquímicos), a aprovação pode levar até três anos. “Temos recebido mais demandas dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia, que têm interesse em registrar produtos biológicos. Hoje, temos 22, entre fungicidas e inseticidas”, explica o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Mapa, Luís Rangel.
O Programa Nacional de Fomento às Boas Práticas Agropecuárias será desenvolvido, em parceria com o setor produtivo e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pelos ministérios: da Agricultura, do Meio Ambiente e do Trabalho. “A ideia é implantar o projeto em conjunto também com o Sistema S (Senai, Sebrae e Senac) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) nos estados”, destaca o diretor do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade do Ministério da Agricultura, José Maranhão.
Principais mudanças em curso e metas para os próximos dez anos
Recuperação de pastagens degradadas – A área atual de 40 milhões de hectares passará a ser 55 milhões de hectares. O maior uso da tecnologia vai aumentar a redução da emissão de 83 milhões para 104 milhões de toneladas equivalentes dos gases de efeito estufa.
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) – O sistema combina atividades agrícolas, florestais e pecuárias para promover a recuperação de pastagens em degradação. A área utilizada deverá chegar a quatro milhões de hectares, com isso, a emissão de dióxido de carbono (CO2) diminuirá entre 18 milhões e 22 milhões toneladas.
Plantio Direto – A ampliação da área atual em oito milhões de hectares, de 25 milhões para 33 milhões, permitirá a redução da emissão de 16 milhões a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes. Além de promover o sequestro de dióxido de carbono da atmosfera, o plantio direto é exemplo de agricultura conservacionista, mantendo a qualidade dos recursos naturais, como água e solo.
Florestas comerciais – O plantio de florestas comerciais, como eucalipto e pinus, passará dos atuais seis milhões para nove milhões de hectares. Isso permitirá a redução da emissão de oito milhões de toneladas a dez milhões de toneladas de CO2 equivalentes.
Fixação Biológica de Nitrogênio – A técnica usa de plantas leguminosas, associada à cultura comercial, para suprir a necessidade de minerais necessários como adubação. Com isso, o produtor rural substitui um insumo caro e que pode produzir impactos ambientais negativos.
Fonte: Em Questão