Obama reconhece que os EUA perdem competitividade
Em discurso sobre o estado da União, pronunciado na terça-feira perante o Congresso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reclamou maior impulso à inovação tecnológica, em tácito reconhecimento da perda de competitividade de seu país diante de economias emergentes como Índia e China.
Publicado 26/01/2011 06:21
Em seu discurso sobre o Estado da União perante o Congresso, o mandatário se referiu nesse sentido ao rumo que deve seguir a nação, cujos sinais de recuperação econômica são mais lentos que os prognosticados.
As regras mudaram. Em apenas uma geração, as revoluções em tecnologia transformaram a maneira em que vivemos, trabalhamos e fazemos negócios, apontou.
Em sua mensagem, o presidente estadunidense se distanciou da política que defendeu durante seus dois primeiros anos no poder, ao propor controlar o déficit do governo com a redução dos gastos públicos durante os próximos cinco anos.
Segundo explicou, isto será feito mediante o congelamento de alguns programas nacionais avaliados em 400 bilhões de dólares.
Obama admitiu que diante de uma maior presença dos republicanos no Congresso, as novas leis para serem aprovadas deverão contar com o apoio desse partido e dos democratas, que se deram mal nas recentes eleições. Ele chamou a oposição republicana a compartilhar a responsabilidade de governar. "Vamos avançar juntos, ou não avançaremos”, disse. “Somos parte de uma mesma nação”, agregou ao defender a união entre democratas e republicanos.
Ponto sensível, o tema migratório foi abordado por Obama. Ele pediu à oposição republicana que leve adiante a reforma migratória, tarefa que, admitiu, será difícil e levará tempo.
Estou pronto para trabalhar com republicanos e democratas para proteger nossas fronteiras, fazer cumprir nossas leis e tratar com os milhões de trabalhadores sem documentos que agora vivem na clandestinidade, afirmou.
O presidente acrescentou que está em jogo não só quem ganhará a próxima eleição, mas os novos empregos e se as indústrias lançarão raízes nos Estados Unidos ou em outro lugar.
Política externa
Convencido de que a junção de esforços entre democratas e republicanos é um passo importante para “conquistar o futuro de reconstruir a América”, Obama referiu-se, como não podia deixar de ser, aos problemas internacionais, reafirmando as posições de seu governo, uma reiteração do caráter invariavelmente imperialista das políticas de Estado dos EUA. Homenageou as tropas de ocupação no Iraque; reafirmou a presença militar no Afeganistão sob o pretexto de combater a Al Qaeda nesse país e no Paquistão; enfatizou o caráter severo das sanções contra o Irã e sinalizou mais pressão sobre a Coreia do Norte para fazê-la “abandonar as armas nucleares”.
Obama capitalizou em seu discurso o fato de ter revitalizado a Otan em parceria com os aliados europoeus, numa reafirmação das alianças com caráter impertialista e da prioridade que atruibui ao militarismo e à ação desse instrumento de agressão aos povos que é a Otan. Obama falou ainda da redefinição das relações dos EUA com a Rússia e a criação de novas parcerias com nações como a Índia.
O presidente dos EUA anunciou que viajará ao Brasil, Chile e El Salvador, o que representará seu primeiro giro pelas Américas do Sul e Central.
Com agências internacionais