Inspirados pela Tunísia, egípcios tomam as ruas contra o governo
Dois manifestantes e um policial foram mortos no Egito, durante volumosos protestos contra o governo de Hosni Mubarak. Dois civis foram mortos na cidade de Suez, no nordeste. Um teria sido agredido com gás lacrimogêneo lançado pelas forças de segurança e o outro com pedras atiradas por manifestantes, embora as versões sobre as causas dessas mortes sejam contraditórias.
Publicado 26/01/2011 09:53
O policial teria sido morto na praça central de Tahrir, no Cairo, aparentemente afetado por gás lacrimogêneo lançado por seus colegas sobre a multidão durante as manifestações contra a sede do Parlamento.
Também foi relatado que pelo menos 14 manifestantes e uma dezena de policiais ficaram feridos, além de 50 pessoas detidas, das quais vários membros do grupo clandestino Irmandade Muçulmana.
Os opositores do presidente Mubarak inspiraram-se nas revoltas da Tunísia, que depuseram o presidente Zine El-Abidine Ben Ali, e também tomaram as ruas das cidades de Alexandria, Mansura, Tanta, Asswan e Assiut.
"Ontem foi a Tunísia, hoje o Egito"
"Ontem foi a Tunísia, hoje o Egito", “Mubarak, vá embora, a Arábia Saudita não é muito distante, e é um bom lugar para ditadores", foram algumas das frases cantadas pela multidão, referindo-se ao voo de Ben Ali para o reino Wahabita, deposto.
Os manifestantes também gritaram "unidade nacional", "mude ou vá embora", "liberdade" e "revolução até a vitória."
O objetivo da convocatória, feita principalmente pela internet, foi exigir criação de empregos, abertura política, democracia, abolição do estado de emergência, novas eleições parlamentares e denunciar torturas, corrupção e desemprego, segundo os organizadores.
Uma nota do Ministério das Relações Exteriores defendeu o direito dos egípcios de se expressarem, e disse que os eventos de hoje “não são novos, pois o país tem assistido a protestos desde 2004, como parte do ambiente aberto à liberdade de expressão".
Por sua vez, o Ministério do Interior justificou a ação das forças de segurança alegando que "estão comprometidas em proteger os manifestantes e o público", e apelou para que se respeite o Estado de Direito.
O mesmo discurso serviu para atacar os membros da Irmandade Muçulmana, por supostamente organizar o protesto, embora entre os participantes tenham participado pessoas de diferentes estratos sociais, idades e correntes políticas.
Fonte: Prensa Latina
Tradução: Luana Bonone