Dilma já estuda alternativas para reajuste do salário mínimo
Sob pressão de parlamentares da base aliada e das centrais sindicais, a presidente Dilma Rousseff acionou o Ministério da Fazenda e pediu simulações para reajuste do salário mínimo e correção da tabela de Imposto de Renda. A informação foi dada nesta segunda-feira (24) pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Publicado 25/01/2011 10:23
Na próxima quarta, Carvalho se reúne com as centrais para negociar um reajuste para o salário mínimo maior do que o autorizado pela medida provisória editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de R$ 540. Os sindicalistas também reivindicam a correção da tabela de Imposto de Renda pelo INPC de 2010, que fechou em 6,47%.
Segundo Carvalho, Dilma ainda está "formulando uma decisão", e a negociação permanecerá aberta até a reunião com as centrais sindicais. A presidente pode optar por um ajuste simples na medida provisória editada por Lula, apenas para atualizar o índice defasado.
Quando Lula editou a MP, o INPC ainda não estava fechado e, por isso, o salário mínimo ficou estabelecido em R$ 540. Com o INPC cheio (6,47%), o salário mínimo seria de R$ 543 — ou R$ 545, arredondado.
Contudo, parlamentares e sindicalistas pressionam para que esse valor seja maior. Deputados e senadores já apresentaram emendas à MP com valores que variam de R$ 560 (emenda do deputado Eduardo Cunha) a até R$ 600 (emenda proposta pela oposição).
O pedido de Dilma para a Fazenda também indica que pode haver uma solução casada, envolvendo um reajuste do mínimo acima dos R$ 545 — que atende a vontade das centrais — e até uma correção da tabela do Imposto de Renda, como forma de compensar um aumento do mínimo apenas pelo INPC. Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, essas simulações já tinham sido feitas no governo Lula — mas foram para a gaveta quando o ex-presidente bateu o martelo nos R$ 540.
"Não participei da reunião com a presidente, então não sei o que foi decidido. Mas ela pode querer olhar as simulações antes de decidir", comentou. Até agora, Dilma não falou sobre o tema e não respondeu às manifestações que os sindicalistas fizeram nas últimas semanas, como o ingresso de ações judiciais para conseguir o reajuste da tabela de Imposto de Renda. Mas agendou a reunião desta quarta-feira entre governo e centrais.
Da Redação, com agências