PCdoB formaliza apoio a Marco Maia para Presidência da Câmara
A bancada do PCdoB anunciou formamelmente, nesta quinta-feira (20), o seu apoio à candidatura de Marco Maia (PT-RS) à Presidência da Câmara. No almoço realizado na Liderança do Partido na Câmara, a líder, deputada Vanessa Grazziotin (AM), destacou que a decisão foi tomada por toda a bancada, com a participação do possível candidato Aldo Rebelo (SP). “A ideia era a de que não queríamos transformar a disputa pela Presidência da Câmara em uma luta fratricida”, afirmou.
Publicado 20/01/2011 16:14
Marco Maia agradeceu o apoio do Partido, dizendo que “a posição tomada pelo PCdoB nos orgulha e nos enche de compromisso de honrar a história de compromisso social e trajetória de luta representada pelo PCdoB no nosso país, o mais antigo em funcionamento no País e com tradição de luta na defesa dos trabalhadores que nenhum outro Partido o tem”, afirmou.
Sobre Marco Maia, a líder comunista disse que “o deputado não só reúne condições políticas, mas tem relacionamento que agrega, que soma”, acrescentando que “a bancada tem clareza de que, apesar da continuidade, estamos no início de um novo ciclo, e sabemos o tamanho da responsabilidade do Congresso nesse processo.”
Grazziotin disse ainda que “nós somos do mesmo grupo político, temos os mesmos compromissos e mesmas responsabilidades, vamos discutir projetos políticos e condutas na Câmara”.
Maia reafirmou as palavras da deputada, dizendo que “o PCdoB não é parceiro apenas para as eleições, mas para construção de bons projetos para o País, com experiência e trajetória política que pode e deve contribuir, e muito, para as ações que nós vamos desenvolver no parlamento brasileiro no próximo período”.
E pediu que fosse transmitido ao deputado Aldo Rebelo os agradecimentos, ressaltando a atitude dele de desprendimento, ao abrir mão de uma possível candidatura. Maia lembrou que Aldo era nome forte, reconhecido por suas posições democráticas e compromisso com o parlamento e quando esteve à frente da Câmara dos Deputados não decepcionou em nenhum momento.
Bloco de Esquerda
O anúncio do apoio atraiu a atenção da mídia. Os repórteres queriam saber do PCdoB sobre a formação de blocos partidários para formação da Mesa Diretora e ocupação de cargos nas comissões técnicas. A líder do PCdoB admitiu que a formação de bloco partidário, resultante da união do PCdoB com outros partidos, como PSB, PDT, PR, PMN, como ocorreu na legislatura passada, que formou o Bloco de Esquerda ou “bloquinho”, como foi chamado pela grande mídia, permitiria a disputa por mais cargos de direção na Casa.
Mas enfatizou que “não formamos bloco por ocupação de cargos” e que “a formação de bloco é outro debate”. Mas não negou que o Partido cogita a manutenção do bloco. Nos últimos anos, o PCdoB formou bloco com o PSB, PDT, PMN e PRB, que depois foi reduzido, com a saída do PDT , que foi chamado de ‘bloquinho’, mas era a terceira força política da Casa.
Ela explicou que, hoje, pelos critérios da proporcionalidade, o PCdoB tem direito a uma comissão técnica. Se formar bloco com PSB, PDT e outros, terá direito a vaga na Mesa Diretora e em mais comissões.
Sem blocos
Marco Maia disse que, em seus contatos com os diversos partidos em busca de apoio para sua candidatura, tem feito pedido para que se evite a formação de blocos partidários, o que interfere na composição da Mesa Diretora e comissões técnicas. Ele explicou que se um, dois ou três partidos formarem blocos, abre precedência para que outros partidos façam o mesmo.
“Precisamos compor a direção para Câmara onde todos os partidos possam se sentir representados, olhando para o resultado que saiu das urnas, que é o resultado mais palpável”.
“O pedido que faço é que todos reflitam sobre essa condição”, disse, acrescentando que “esse não é o caso do PCdoB, que forma bloco partidário, para ter força política, organizar intervenção no parlamento, para fazer valer os seus projetos e ter sua atuação garantida”, confirmando as palavras da líder do PCdoB.
De Brasília
Márcia Xavier