PMDB rompe com prefeito de Salvador e vai para a oposição

A situação política do prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, piorou um pouco mais nesta quarta-feira (19/1). Em reunião conjunta dos diretórios estadual e municipal, o PMDB, partido ao qual JH é filiado, decidiu pelo rompimento oficial com o chefe do Executivo Municipal e liberou sua bancada de vereadores para fazer oposição na Câmara Municipal.

No documento elaborado ao longo do encontro, ficou definido que a bancada do partido na Câmara Municipal não apoiará mais o alcaide, exceto no que for de interesse da cidade. “O PMDB não tem compromisso, nem se sente obrigado a defender mais o prefeito”, definiu o deputado federal Geddel Vieira Lima, dirigente da legenda. Questionado sobre a situação das contas da prefeitura de 2009, que serão julgadas na Câmara pelos vereadores, com a recomendação unânime dos conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios pela reprovação, o peemedebista avisou que os edis não terão compromisso de salvar JH da inelegibilidade por oito anos.

A decisão do PMDB torna ainda mais difícil que o prefeito consiga os 28 votos necessários para recusar o relatório desfavorável do TCM. “Este rompimento com o PMDB é consequência da postura de João Henrique. Ele zanza de forma errática pelos partidos, sem se comprometer ou levar em conta os programas das legendas e isso gera muita insegurança. O prefeito está em um processo de isolamento cada vez maior e nós da oposição estamos atentos para que isso não venha a prejudicar a cidade”, declarou a vereadora Aladilce Souza (PCdoB).

Com o rompimento formal, começa agora uma nova disputa entre as partes. O PMDB prometeu que vai pedir o mandato de João Henrique na Justiça. Já o prefeito entrou com um pedido no Tribunal Regional Eleitoral para que seja autorizado a sair da legenda, sob a alegação de que está sendo discriminado e perseguido por membros do partido.

Enquanto isso, a cidade enfrenta uma grande crise administrativa. Salários de trabalhadores terceirizados de diversas áreas estão atrasados; a prefeitura demitiu mais de três mil vigilantes e os postos do Programa Saúde da Família estão fechados, porque os profissionais estão em greve por melhores condições de trabalho, só para citar alguns problemas enfrentados pela população de soteropolitana.

De Salvador,
Eliane Costa