PDT pode ir à Justiça por salário mínimo de R$ 580, diz Paulinho
Depois de atuar na trégua firmada entre o PT e o PMDB, o chefe da Casa Civil, ministro Antonio Palocci, procurou lideranças do PP para pedir apoio ao salário mínimo de R$ 540 apresentado pelo governo. A conversa aconteceu na terça-feira e ontem o partido divulgou nota afirmando que "a bancada do PP votará, unida, o valor estipulado pelo governo".
Publicado 13/01/2011 12:10
No mesmo dia, o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, ouvia do líder do PDT, Paulo Pereira da Silva (SP), que os pedetistas vão batalhar por um mínimo de R$ 580. "Se o governo não começar a negociar até segunda-feira, na terça-feira vamos entrar na Justiça com milhares de ações", ameaçou o pedetista.
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Centrais vão às ruas e à Justiça pelo salário mínimo de R$ 580
Na nota oficial, o PP reconhece que o aumento do salário mínimo, tradicionalmente, é alvo de críticas. Mas que este reajuste faz parte de uma "trajetória contínua de esforços que visam a atender as necessidades dos trabalhadores". Para Paulinho, o governo virou as costas para os mais necessitados, ao não oferecer um salário mínimo de R$ 580 e recusar-se a corrigir a tabela do Imposto de Renda.
Ele criticou também a ameaça feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de vetar valor superior ao encaminhado pela equipe econômica. "Eu disse ao Luiz Sérgio que o governo vai perder no Congresso. Vamos contar com um punhado de coisas favoráveis nesse período, como a insatisfação da base do governo com a distribuição de cargos", afirmou Paulinho.
O deputado do PDT criticou o governo, afirmando que o Executivo "tem espalhado que o acordo com as centrais sindicais era de inflação mais o PIB de dois anos anteriores". Segundo ele, o mesmo acordo prevê uma revisão nas regras de quatro em quatro anos, data que coincide com o ano de 2010. "Mas o governo deu as costas e não negociou com as centrais."
O líder do PDT classificou como confisco a atitude do governo de recusar-se a corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR). "Para ficar barato para o governo, estamos apenas propondo a inflação, de 6,43%." De acordo com ele, todas as centrais sindicais vão se mobilizar para também questionar este ponto na Justiça. Segundo Paulinho, se isto não acontecer, alguns trabalhadores passarão a pagar mais impostos e outros deixarão de ser isentos, já que 2010 foi um ano marcado por aumentos reais de salários entre 8% e 10%.
Para o parlamentar do PDT, o país precisa voltar a pensar no crescimento econômico e nada mais natural do que conceder aumentos reais para o salário mínimo. "O Brasil já saiu da crise", resumiu. Paulinho defende um aumento do salário mínimo para R$ 580 desde o fim do ano passado. Ele cobrou esse aumento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a festa de Natal dos catadores de lixo de São Paulo.
Da Redação, com informações do Valor Econômico