Diretoria da Adufpi emite nota sobre desmandos do reitor

 Luiz de Sousa Santos Júnior negou-se a dar grau a alunos do curso de História às vésperas da solenidade. Leia a opinião da entidade sobre o assunto.

O reitor Luiz de Sousa Santos Júnior, com a decisão arbitrada e imposta aos formandos de História, período 2010.2, demonstra ser um gestor alheio aos preceitos institucionais e, consequentemente, à grandeza do patrimônio social que é e sempre foi a nossa UFPI. Essa sua estapafúrdia decisão é um acinte moral à sociedade e um desrespeito imperdoável à decência, à moral e à dignidade de todos que já laboraram, laboram e fazem, com galhardia, a UFPI. 
 
Pasmem, professores, servidores, alunos e a sociedade piauiense como um todo, a que ponto o autoritarismo desse senhor chegou! Ele simplesmente arbitra em não cumprir o institucional – dar o grau aos formandos de História do período 2010.2 no local por eles agendado – e nada acontece. E o agravante é que nenhum dos seus assessores, ao que parece, teve coragem de dissuadir esse reitor, argumentando as possíveis e cabíveis implicações dessa sua estapafúrdia decisão. É um absurdo lamentável que esse tipo ainda de autoritarismo – comum a regimes de exceção, e que tão bem sabemos de duras lembranças, como o vivido pela sociedade brasileira durante a ditadura militar – seja de forma contumaz recorrente na nossa UFPI. 
 
O dano moral causado por essa decisão intempestiva a esses alunos – só informada uma semana antes da data agendada para a solenidade, marcada para quinta-feira última, 06.01.2011 – é incomensurável. 
 
Nunca, em toda a existência da nossa UFPI, nenhum gestor agiu assim, de forma tão hilariamente autoritária, e tão absurda, e tão arrogante, e tão prepotente. A intransigência do reitor em não concordar que a solenidade de formatura acontecesse na ADUFPI foi movida tão-somente pelo rancor, pelo ressentimento da derrota no enfrentamento da última eleição nesta entidade.  O reitor alegou que, na ADUFPI, não podia ser realizada a cerimônia por ser, na condição de entidade de classe, local não adequado para esse tipo de solenidade. É um espanto! A ADUFPI é, sim, uma entidade de classe tanto quanto a OAB-PI a FIESPI, o Sindicato dos Bancários, o Sindicato dos Urbanitários, dentre outros, onde já ocorreram diversas solenidades de outorgas de graus de formandos da UFPI e não foram considerados inadequados. A intransigência do reitor só tem uma explicação: calundu, birra.
 
Quanta contradição existe entre o discurso e a prática desse senhor! Na condição de reitor – em meio a todo esse dramático e malfadado espetáculo encenado por ele, que levou pânico aos formandos e aos seus familiares –, o Senhor Luiz de Sousa Santos Júnior enviou cartão de felicitações pelo Natal e Ano-novo recomendando a todos o desarmamento dos espíritos. Quem tem, verdadeiramente, preceitos cristãos – será que ele os tem? – não age assim. 
 
Resumo da ópera: quando ele percebeu que os alunos não se intimidavam e que já se dispunham a novos rounds nessa queda-de-braço, o reitor decidiu dar o grau aos formandos. O local, lógico, foi outro, em um compulsório acato à sua birra, à sua tacanha intolerância, – os formandos concordaram – a solenidade aconteceu, longe da ADUFPI, no auditório do CT, local que havia sido negado a eles anteriormente. Esse acordo compulsório foi contingenciado já no dia e faltando poucas horas para a aludida cerimônia. E aconteceu longe, também, da presença dos pais, familiares e convidados. Em protesto, estes preferiram não assistir ao hilário espetáculo montado pelo reitor. 
 
O grotesco de tudo isso é que o reitor montou todo esse espetáculo, mas não foi encená-lo, nem mesmo como coadjuvante. Ele foi substituído a mando no seu espetáculo, pela pró-reitora Glória Moura.  
 
Os formandos, no final da cerimônia, se deslocaram até a ADUFPI e lá, na companhia dos professores homenageados, pais e convidados, encenaram, mas com galhardia, sem tensão, sem estresse, aquilo que deveria ter realmente acontecido: a tão sonhada solenidade de colação de grau.