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Comentário racista de ex-ministro britânico provoca polêmica

O ex-ministro britânico Jack Straw, do Partido Trabalhista, tornou-se alvo de críticas neste sábado (08) após afirmar em um programa de televisão que alguns paquistaneses residentes no Reino Unido abusam sexualmente de mulheres brancas pois as veem como "carne fácil".

A declaração aconteceu um dia após dois paquistaneses serem condenados em Nottingham, norte da Inglaterra, por abusos sexuais cometidos contra dezenas de adolescentes entre 12 e 18 anos. O tribunal julgou culpados Mohammed Liaqat, de 28 anos, e Abid Saddique, de 27, de organizar e filmar estupros coletivos de jovens por dinheiro.

Em entrevista à BBC, Straw, que foi ministro do Interior e das Relações Exteriores nos governo de Tony Blair e Gordon Brown, pediu à comunidade paquistanesa que seja "mais aberta" para tratar deste assunto e buscar soluções. Straw afirmou que "os paquistaneses não são os únicos que cometem delitos sexuais" e destacou que "as instalações que foram destinadas aos agressores condenados essa semana estão "cheias de homens brancos".

"Mas há um problema específico que implica os homens de origem paquistanesa, que têm como alvo as jovens brancas vulneráveis", complementou o político, que pediu à numerosa comunidade paquistanesa no Reino Unido que analise "porque esses delitos estão acontecendo".

Em sua opinião, os jovens paquistaneses, com "testosterona em efervescência", buscam as mulheres brancas por não terem acesso às paquistanesas, protegidas pela rígida cultura do país asiático.

Reação

"É uma forma de racismo perturbadora, em uma sociedade civilizada", afirmou Mohammed Shafiq, diretor do grupo muçulmano Ramadhan Foundation, ao jornal britânico The Guardian. "A raça não tem nada a ver com isso", ressaltou. Para ele, o que está por trás das ações dos condenados são a falta de oportunidades e o uso de drogas.

Helen Brayley, do Instituto para a Segurança e Criminologia da University College de Londres, pediu que ninguém mais tire conclusões precipitadas que vinculem raça ao crime. "Quando o assunto da raça é introduzido tão rapidamente, se perdem detalhes preciosos do caso", afirmou.

Fonte: Opera Mundi